quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A história da garotaTiara

Bossa Nova, movimento de valorização musical, Tropicália, movimento de valorização textual. Certo. 9 horas, fim da aula.
Uma menina estranha, porém atraente se senta ao meu lado no banco. Tento fingir estar concentrada na leitura de um livro, pra evitar que tente puxar assunto. Inútil.

Garota: Você faz que curso aqui?
Violão, respondo, sem encará-la.
Garota: Ah.
Viro uma página do livro. Ela emenda, sem nem respirar:
Garota: Eu fugi de casa.

Fito-a.

All Star sujo, cadarços entrançados, olheiras fortes, maquiagem borrada. Cabelo mal cortado, com resquícios de tintas que ali existiu um dia. Jeans desbotado, e, an... aquele cinto definitivamente não era dela.

‘Ah, mas que coisa, não?’, respondo sem demonstrar muito interesse na sua história de rebeldia.

Garota: Estou na rua desde ontem a tarde, caminhando, vendo a cidade. Conheci um monte de gente nova!
- E você não ficou com medo? – Interesso-me.
Garota: Não. Antes de escurecer conheci um garoto na parada de ônibus que me levou pra casa dele. Aí ele tinha essa aula de música hoje pela manhã. Por isso estou aqui. Não queria ficar só com a mãe dele.
- Oh sim.

Tentei encerrar o assunto, ainda olhando pro meu livro. Olhei para ela, rapidamente. Ela ria para o vento, olhando a rua em frente ao banquinho em que estávamos sentadas.
Ficou séria de repente.
Olhou pra mim.
Olhei pro livro.

Garota: Você tem problema com seu pai?
- Ah, não mesmo, não moro com ele.
Garota: Nem com sua mãe?
- Também não. Moro com meus avós.
Garota: Ah sim. Sorte a sua. – Deu um sorriso nervoso e continuou - Fugi de casa porque não agüento mais meu pai. Ele não me deixa ter amigos, não me deixa sair pra canto nenhum, nem pintar o cabelo. E ainda me bate se eu reclamo dessa vida.
- Ah, que merda. – Digo essa frase enquanto percebo uma cicatriz em seu ombro.
Garota: Mesmo assim já pintei de preto-azul, roxo e vermelho assim, um pouco mas forte que o seu. Que cor você acha que fica legal agora?

- An?- Desperto da leitura e levanto a vista.

Garota: Digo, o cabelo. Eu mesmo que corto.
- Ah sim.

Era um corte estranho, pra não dizer feio. Estilo revoltado. Criativo. Diferente. Combinava com ela.
A menina dá um pulo no banco e pergunta com um tom de animação:

Garota: Mas e aí, qual seu nome?
- Luana, prazer.
Garota: Prazer, Luana. Eu sou Tiara.
- Tiara? O seu nome é Tiara?
Garota, digo, Tiara: Isso mesmo. Mas estou espalhando desde ontem que é Bia, pra caso meu pai apareça na TV me procurando.

Olho pra ela achando isso tudo muito infantil. Era mais provável seu nome ser Bia a Tiara. Penso.

Tiara: Gostei das suas havaianas, Luana.
- Ah, valeu.

Concentro-me na leitura novamente, até me surgir uma questão.

- Você não pensa no seu pai preocupado com você? Não quer voltar pra casa?
Tiara: Não mesmo. Ele me espancaria. Além do que, ele não é meu pai de verdade. O problema é que preciso pegar meu dinheiro no fim do mês.
- Hm, entendi. Ele não é seu pai, mas é quem lhe dá grana.
Tiara: Também não. Esse que chamo de pai, é meu tio, na verdade. O que me manda a grana é meu pai que mora em Fortaleza.
- Aah. Então o pai que tu chama de pai é teu tio!?
Garota: Meu tio que eu chamo de pai é meu tio.

Aprendi com um amigo a perguntar novamente, mesmo já tendo entendido. Às vezes, a pessoa solta mais informações. Ou, às vezes, ela só te faz de otário mesmo.

- Ah sim. Curioso. E por que você não mora com seu pai em Fortaleza?
Tiara: Vim pra cá com minha mãe ano passado e não quis mais voltar. Ela mora lá com meu padrasto, que eu não gosto muito. Pra completar, descobri que esse cara que me dá pensão, quem eu acreditei a vida toda ser meu pai, nem é meu pai de verdade.

A essa altura já tinha desistido do livro. Aquela história me parecia bem mais interessante, mesmo com a possibilidade de ser furada.

- Caramba! Então você tem 3 pais?
Tiara: 4. Se contar com meu padrasto.
- E não gosta de nenhum.
Tiara: Exato.
- Nem pretende voltar pra casa.
Tiara: Não mesmo.
- E vai ficar na casa desse seu amigo pra sempre?
Tiara: Ah, isso não sei. Na verdade, ele não é meu amigo p’reu abusar tanto assim. Conheci ontem. Ele me deu a passagem de ônibus, comida, roupa e cama pra dormir.
- Você não ficou com medo?
Tiara: De jeito nenhum.
- E se ele fosse uma pessoa má?
Tiara: Não era, pude ter certeza. Reconheço pessoas más de longe.
- Já ouviu falar que quem ver cara não vê coração?
Tiara: Então no caso, eu só vi o coração dele.

Coitada, pensei. Terá sorte por quanto tempo, meu deus?
Tiro um biscoito da bolsa.

- Tá com fome, Tiara?
Tiara: Não obrigada. Comi tanto cuzcuz hoje cedo que estou enjoada. Ah, e é Bia.
- O que?
Tiara: O nome.
- Oh sim.

Como meu biscoito calada, enquanto o zelador da escola de música passa por nós e pede para que Tiara tire os pés de cima do banco.

Tiara: Que saco, aqui não pode fazer nada!
- É, tem câmeras filmando tudo em toda parte. É muito rígido.
Tiara: Ontem eu não chorei.

Quase engasgo. Que loca! O que diabos tem a ver?

- E por que choraria?
Tiara: Toda noite choro. Me sinto muito só.
- Ah.

Preocupo-me.

Tiara: Mas agora estou livre. Eu tava pensando dia desses em como a minha vida ta passando e eu não tô aproveitando. Vou botar piercing, fazer tatuagem, conhecer um monte de gente, andar por toda a cidade e nunca mais me sentir triste.
- Quantos anos você tem?
Tiara: Quase 18. Nem parece, né?
- Bom, parece sim.
Tiara: Não, não parece. Todo mundo me acha pequena. Tipo, uns 16.
- 16, 17. Que diferença faz um ano?
Tiara: Muita. Muita diferença.
- Ah.

Mordo o último biscoito. Que conceito de liberdade e ideal de felicidade estranhos, senhor.
Não devo ter feito uma cara muito motivadora.

Tiara: Você tá me achando uma maluca, né?
- Não, não. Você é curiosa, menina.
Tiara: Como assim? Meus amigos dizem que eu sou única. Mas, curiosa?
- É, não sei bem. Mas você parece uma personagem.
Tiara: Atriz?
- Não. Você tem características para a personagem de um filme, sabe? Um livro... ou talvez.... um conto.

Os olhos de Tiara brilham. Parece que falei que ela era a menina mais bonita do mundo ou sei lá.

Tiara: Você acha mesmo?
- Sim, acho.

A sirene toca.
O amigo de Tiara se aproxima e ela levanta.

Tiara: Tchau, Lu. Foi um prazer!

Lu?

- Boa sorte, Ti... Bia!

Lu? Que garota mais maluca.

Vou pra aula pensando em como o mundo deve tá cheio de garotas como Tiara, insaciáveis de uma liberdade que procuram sem cansar, e que, embora não façam idéia de onde encontrar, não desistem. Aventuram-se, na esperança de achar, um dia, o que chamam com algum descuido e pressa de felicidade, e se mostram sorrindo e empolgadas pro mundo, como se encontrar a realização completa estivesse apenas em mudar a tinta do cabelo ou saber quem ajudou a lhe botar no mundo de verdade. E que, se pegam chorando sozinhas no meio da noite, procurando um sentido não na vida, não no mundo, mas dentro de algo muito mais difícil de se entender: você mesmo.

Volto pra casa pensando em escrever sobre a Tiara que cada um de nós tem, controlada dentro de si.

sábado, 23 de agosto de 2008

Num Dia (Arnaldo Antunes)

[...]

'respirar
sentir o sabor do que comer
caminhar
se chover, tomar chuva
ter saudade no final da tarde
para quando escurecer
esquecer
ao se deitar para dormir
dormir;'


Aaaaaaaaaah, como é bom uma tarde de folga!

O que te sobra além das coisas casuais

Eu me sento, eu penso, eu paro, eu canso, eu fumo, eu não aguento.
Mentira, aguento sim.
Às vezes dá medo, aflição. Mas até o medo é gostoso.
O desafio, a vontade de que dê certo e de ver um bom resultado, motivam.
Mas às vezes cansa. Abusa, irrita, estressa, dá vontade de voltar atrás e acabar com tudo. Porém, quando isso acontece, você vê que não tem mais jeito: está totalmente mergulhada naquilo, com todas suas forças. A paixão vai crescendo e admiração aumentando. Uma decepçãozinha aqui, outra aculá, até faz parte. Mas mesmo que você olhe pra traás, desesperadamente tentando desistir de tudo, é inútil.
E, não precisa tanta paciência assim. Cada vez parece mais delicioso e necessário pro seu dia, pra sua vida, pra sua alegria.
E então, de repente, você percebe que nasceu para aquilo.
Tendo como princípio o 'nada é pra sempre', não vai durar muito. E o que fazemos? Aproveitamos. Cada segundo, cada palavra, cada atitude, cada olhar, cada brincadeira.
Porque no final, é só o que vai ficar de verdade.

Não, gente. Eu definitivamente não estou falando do amor.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Uma criança botou quebrante em mim

Crianças nunca me enganaram.

Com aquela cara de anjinha ingênua, me encarando de cima a baixo no ponto de ônibus, enquanto a mãe puxava-a desesperadamente, tentando fazer com que ela não constrangesse mais. Aposto que ela tava pensando: 'de onde é que essa maluca vem, meu pai? com esse cabelo vermelho assanhado, essas olheiras de 3 dias, essa bolsa que me caberia dentro, esse ar de bacaninha e essa cara de quem quer chegar em casa e tirar um dia de folga... aposto que ela nem tem a minha mais nova sandália da hello kitty nem a barbie verão em nova york. morro de pena dessa hipocrisia adulta, dessa mania de fazer hora extra no trabalho, abrindo mão de finais de semana agitados de pura bebedeira com os amigos. morro de pena de gente grande, sério. qual a graça? está aqui na parada se sentindo quase tão perdida e pequena quanto eu, aposto. tenho certeza que ela daria metade do seu salário pra chegar em casa, calçar pantufas, deitar no sofá, fazer pipoca e ficar assistindo reprise do pica-pau na tv. tenho total certeza, total.'

É, queridos. Não é à toa que minha tosse piorou muito de ontem pra hoje.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Quem é vivo sempre se lasca

Ora, ora, mas vejam só quem apareceu!

Já esteve sem tempo nem pra coçar o nariz e foi engolido por olheiras enormes que lhe possuiam enquanto você afundava numa caneca de café e sonhava em ter um cigarro e um cinzeiro ao lado? Já sonhou acordado com sua cama quentinha e um monte de horas inteirinhas dispostas a passarem despercebidas enquanto você dormir? Já esqueceu qual foi a última vez que viu seus amigos e esqueceu do tempo numa mesa de bar? Já quis por tudo no mundo que acontecesse uma catástrofe tremenda na cidade e que, de preferência, você estivesse por perto pra registrar tudo em foto, texto e, se possível, vídeo? Já recebeu telefonema da sua mãe dizendo que foi assaltada e pensou na hora 'porra, por que eu não tava lá pra entrevistar o assaltante e botar no ar?'
E, o que é ainda mais agravante: já achou tudo isso divinamente prazeroso?


Dizem que depois da tempestade sempre vem a bonância. Se a recíproca for verdadeiro, deve está perto de aconceter uma tragédia comigo, então.
Tempos bons, bem bons.

Ok, seus miseráveis! Tá liberado pra invejar minha felicidade aí por tempo indeterminado! [Ou, na verdade, só até quando eu sentir ódio do mundo de novo e voltar aqui, haha]

Marimboooondos, assim que eu pôr minha agenda em ordem tô voltando!!

Bjosnaomeliguemacobrar ;*

sábado, 21 de junho de 2008

Samba do grande amor

Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor

Mentira :D

terça-feira, 17 de junho de 2008

Totonho & os cabra

Eu mandei meu amor pro espaço
Agora o que é que eu faço
Com o vácuo da minha solidão?

Eu troquei meu quintal ensolarado
Por minha nave aos pedaços
Uma viagem rumo à escuridão

São difíceis os dias desse tempo,
Precisamos tanto de um invento
Que nos ajude a sonhar;

Egoísmo

Uma noite, um sábado.
Talvez tenha sido ali, entre aqueles dois banquinhos de pedras, alguns cigarros e umas lágrimas. Quando e onde foi, não sei explicar ao certo.
Foi parando.
O sentimento ansioso e inusitado de antes foi desacelerando, cedendo espaço ao tédio e a solidão a dois. Sentia falta de ser apenas um, de novo. Com todos seus problemas e aflições, que ninguém podia viver por ela.
Foi deixando de acontecer.
O que todos previam ser lindo e verdadeiro, foi indo embora assim, sem explicação, sem convencer, sem permanecer o tempo estimado.
E ela só pensava em se sentir bem de novo. Era só isso que importava.
E agora, poder olhar pra si e se ver sozinha, não era de todo modo tão ruim assim. Não queria mais a vida de antes. Não queria mais a vida de agora. O que restava?
Solidão, café, cigarros.
Voltou a ter insônia.
Roeu o resto das unhas.
Contou a um ou dois amigos, sobre como se sentia naquela semana.
De que adiantava?
A caixinha de música não tocava mais.


E essa dor era dela. Não topava dividir.

domingo, 8 de junho de 2008

Caio F. Abreu

[...]

'Era isso — aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria.
Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome.'

[Pequenas Epifanias]

segunda-feira, 26 de maio de 2008

É só saudade...

Hoje no meio da aula eu me peguei lembrando de quando a gente se conheceu, numa fatídica aula de laboratório no inec, quando aquela professora sem noção me botou de dupla com um total e completo desconhecido e novato, aff - eu pensei.
Aí a gente tinha que fazer um relatório da experiência vista lá ;P
Aí tu veio, todo com cara de cdf super interessado no trabalho:
- E aí, como a gente faz, Luana Lia? - tinha a outra Luana, lembra?
- Rapaz, cada um faz sua parte e pronto - queria nem prolongar papo com aquele estranhozinho.
- Tudo bem. - Você disse com a serenidade que sempre teve.
- Aí depois a gente junta tudo e entrega, pode ser? - Esse relatório ia ficar a nossa cara de bunda mesmo, mas enfim.
- Ok.
- Só que eu não tenho folha.
- Tudo bem, eu trago amanhã pra você.
- Fechado.

E tu trouxe ;D
E eu amassei sem querer, aheuihaie.
Foi o primeiro feito da dupla que começaria ali uma amizade eterna :}

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Maio já está no final

Tá acontecendo tanta coisa legal, tão rápido, que eu mal tô tendo tempo de agradecer.
é bem verdade que no começo da semana eu ainda acreditava piamente que tinha um bicho correndo atrás de mim. Mas parece que tudo foi dando certo, assim, de repente. Eu fui esquecendo os meses e os seus finais...
Você, você mesmo, responsável por desenhar o meu destino, seja por qual nome responda, seja onde estiver agora, só tenho algo a dizer: muito obrigada.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Dedilhando

A gente nunca pode saber quando vai dá certo.
Ok, isso talvez já tenha sido usado em outras crônicas pra falar de amor.
Construir um sentimento desses é como tocar uma canção até o fim diante do público.
Talvez saia tudo errado, mesmo tendo sido planejado, ensaiado, esperado por tanto tempo. Mesmo tendo entrado na hora certa do refrão, sem errar nenhuma estrofe sem sair do ritmo. Dá-se um jeito, se for pra sair bacana, bonito. Talvez você gagueje, ou talvez não. Talvez alcance notas altas, ou talvez desafine. Talvez você cante naquele tom, ou talvez se perca um pouco. Mas sempre tem como mudar, caso você se esforce.
Mãos geladas, pernas bambas, coração na boca. Sensações comuns de quem lida com o acaso, o inesperado. Essa é a melhor e também, a pior parte. Encarar o público, não ter medo do novo. Não olhar para os lados e se manter calmo é fundamental para chegar ao fim. Errar uma nota ou outra, sem problemas, acontece.
A gente não pode prever se o público irá aplaudir.
A gente só pode se sentir bem e feliz.
Realizado, quem sabe.
E se a canção chega ou não até o fim, isso, ninguém nunca pode saber.

domingo, 4 de maio de 2008

Como pisar no coração de uma mulher

[...]


Para pisar no coração de uma mulher
Basta calçar um coturno
Com os pés de anjo noturno

Para pisar no coração de uma mulher
Sapatilhas de arame
O balé belo infame

Para pisar no coração de uma mulher
Alpercatas de aço
O amoroso cangaço

Para pisar no coração de uma mulher
Pés descalços sem pele
Um passo que a revele

;

O cabecinha de cebola não poderia deixar de ser citado aqui.
Pequeno grande Chico César {:

sábado, 3 de maio de 2008

Enfim profundos.

- É notável como se esforça pra agradar ela.
- Tipo, ela quer ir para marte.
- Você vai e constrói um foguete no mesmo minuto.
- E, tenho certeza, aliás, de que ela também faria o mesmo.

- Faria é porra. Me arranjaria uma bicicletinha com uns traques amarrados pra dar impulso.


Aaah, o amor, ainda assim, continua sendo lindo.

terça-feira, 29 de abril de 2008

E...

... vem blog novo por aí ;)


Aguardem!

Mutantes no máximo

Possível diálogo entre os vizinhos a essa hora:
- Putamerda, a menina louca já começou a ouvir as músicas horrorosas dela incomodando o bairro todo, de novo...
- Hum. Dê graças a Deus que hoje ela não inventou de pegar o violão!

domingo, 27 de abril de 2008

E no dia seguinte...

Dá aquela sensação de que acabou :/


E o que te diverte são as manchetes:
'Nando Reis tira roupa, faz coro com publico e emociona no show “Luau MTV”.' [cidadeverde.com]

Hahaha. Público sem acento ¬¬
E o que diabos eu ia querer com aquele pedaço de pano melecado de suor? oO
Gente, eu amo o ruivo, mas pera lá, né?


Eu ganhei uma rosa :D
Agora é esperar por um show só do Zeca, aaaain.

Leve o mundo que eu vou já



Nessa tarde triste de domingo - e que fique claro que pra mim todos os domingos são tristes - me pego pensando na melhor forma de descrever o MELHOR SHOW DA MINHA VIDA. Simples assim. Trocaria todos os eventos, todas as apresentações, todos os outros shows que já vi durantes esses meus anos de vida, pela noite de ontem. Mesmo com chuva. Mesmo com lotação. Mesmo com o Baleiro cantando apenas 4 músicas - e ficando super perdido com seu pandeirinho na última - Eu trocaria. Aaah, e trocaria com gosto.
No meio da multidão, cercado por pessoas que você ama, num calor humano de matar, e ouvindo poemas musicados que por alguma razão ou circunstância marcaram um dado momento da sua vida, você se sente exatamente onde sempre quis estar. Aí você fecha os olhos, pensa em mais um punhado de pessoas que você quer bem, e viaja naquele som lembrando do longo caminho que levou até chegar ali - e que, acredite, não foi o engarrafamento até o Atlantic City - Pensa em mais algumas pessoas que dariam um dente da frente pra estar ali, naquele momento, dividindo aquele misto de sensações. Deseja que tudo na vida um dia se transforme em música, paz e união. E que as coisas lindas passem a ser mais lindas.
E, ainda com os olhos fechados, tem aquele pensamento positivo repentino, que parece coisa de livro de auto-ajuda, mas que, naquele instante, te enche de uma alegria súbita: Tudo vai dá certo. Eu sei que vai.
Mas, por enquanto, podem ir levando o mundo.
Eu vou já ;)

sexta-feira, 25 de abril de 2008

AMANHÃÃAAAAAAAAA

AMANHÃAAAAAAAA, AMANHÃÃÃAAAA, AMANHÃÃÃÃAAA!




Orkut Mãe Diná:
Sorte de hoje: Aguarde para breve momentos emocionantes



AMANHÃÃÃAA, AMANHÃÃÃÃ, AMANHÃAAAÃÃÃAA ;~~~~

terça-feira, 22 de abril de 2008

Contagem regressiva

GEEEEEENTE, EU PRECISO ESCREVEEEEEER ;/
Grr, vou morrer.
A terra tremeu né? Pois é. Nem vi.

4 dias pr'eu ver o Baleiro a meio metro de mim *.*
A minha irmã está alojada aqui em casa. Eu deveria estar recebendo 150 reais por mantê-la seca e dar comida. Ah, e mais umas gratificações, porque ela está me deixando totalmente improdutiva. Dorme até tarde, de modo que não posso abrir a janela pela manhã. Assiste tv 24 horas, me atrapalhando até a ouvir meus próprios pensamentos. Faz cara feia quando eu boto música ou pelo menos ameaço pegar o violão. Ah, e briga pelo computador também, onde sua maior diversão é fuçar a vida dos outros no orkut.
É quase um dom, aturar essa garota.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Ai, ai...

Coisa engraçada é ver meu pai bolando planos pra ganhar na loteria.


Mais engraçado ainda é ver minha irmã, uma pessoa aparentemente tão esclarecida, apoiando essa idéia maluca.
Jesus, onde estou? Já estão combinando meios de gastar o dinheiro!


Deixa eu ir enxer o bucho que é bem mais negócio.

sábado, 12 de abril de 2008

Sabadããão

Sei que não é lá o melhor programa pra se fazer num sábado, mas passei a tarde toda pensando em coisas que não deveria ter feito nem dito.

Êêêê ressaca braaaaba.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Leitores fantasmas, apresentem-se!

Ah, e só mais uma coisa:
Essa semana recebi vários elogios por essas eguages que escrevo aqui!
[Ok, foram só 3,mas finge, vai ;P]
Então queria dedicar este post a meus leitores fantasmas :D
Queridos, obrigada.
Querendo comentar, já pode viu?

Hahaha :*

Comunicador em construção

Queria dizer que estou vivendo uma semana alucinante. Cansativa, porém bastante proveitosa.
Tô escrevendo aqui a meia-noite, já caindo de sono, mas, quando achei que nem escreveria nada sobre essa semana bacaninha de comunicação na UFPI, me surgiu uma luz. É que, quando o Felipe me falava das maravilhas que eram os encontros regionais ou nacionais de estudantes, eu ficava imaginando que era mesmo um barato, mas era incompreensível para mim essa vontade de nem querer voltar pra casa que ele dizia sentir. Agora, de repente, com apenas uma semana de convívio com os futuros comunicadores desse estado, eu me sinto feliz, realizada, e com vontade de morar num encontro estudantil. E olha que nem foi um encontro com congresso e turismo, imagine só!
Mas é realmente interessante como eu me sinto em paz, no meio dos meus futuros concorrentes. Todos lutando por uma vaga no mercado. Todos com os mesmo interesses. Todos felizes por tomar uma cachaça num bar e fumar um cigarro enqaunto discutem sobre liberdade de expressão :D
E a vontade de voltar pra casa passa é longe...
Com essa galera tudo era mais bonito, mais azul, mais colorido.
Ficaria para sempre, ficaria contente.

Mas, tinha que respirar.

Amanhã, último dia :~

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Dia do jornalista :D

Dia daqueles que eu poderia perfeitamente não ter levantado da cama.
Sério mesmo.
Dia em que você acorda tarde, com preguiça, com frio, toma banho na marra, esquece a toalha no quarto, escolhe a roupa que te deixa mais gorda, se atrasa, corta o pé com uma caneta bic estraçalhada no meio da avenida [juro, isso já aconteceu comigo], perde a palestra mais importante da sua vida, descobre que todo mundo no mundo -até a muler do seu raimundo- com exceção de você, tem uma câmera digital fodona, pega chuvisco, espera ônibus por mais de meia hora [sendo que ir caminhando te levaria apenas 10 minutos], queima o hamburguer, deixa a salsicha gelada, derrama leite na mesa, mela a caneca favorita, nota que não compraram pão massa grossa e que o requeijão acabou e ainda, que a empregada desmiolada botou seu lençol quentinho e já com o formato do seu corpo pra lavar, e só depois de jantar descobre que tinha bolo de sal, com o qual você sonhava a dias em tomar um café. Ah, e sumiram com suas meias também, e agora você vai dormir com os pés gelados, dane-se. Ah, e tem também o lance do banheiro. Só depois de fazer o número dois, você percebe que não tem papel.
Dá ou não dá vontade de matar o primeiro que aparecer pela frente?
E, acreditem: ainda foi esse dia que escolheram como dia do jornalista.
Eu mereço.

sábado, 5 de abril de 2008

Monografia de um membro caicaifoliense: 10!





Porque quando o cara é bom, ele é bom mesmo. Nem adianta tentar disfarçar. Teria me surpreendido, aliás, qualquer nota inferior a máxima.
É muito lindo ver alguém trilhar um objetivo e conseguir chegar ao fim com total sucesso.
Nada mais conseguiria explicar a felicidade imensa que senti ontem, diante de tanto orgulho de alguém que amo profundamente, se não aquelas tímidas lágrimas que me escaparam. E pra quem é incapaz de compreender nossa forma de amor, eu sinto muito. Talvez nunca tenha encontrado nem nunca encontrará o verdadeiro sentido da vida.

E o resultado foi cana muita, mestre.
E essa foto é tipo: Felipe, o rei da festa :D

domingo, 30 de março de 2008

Vinícios de Moraes e as andorinhas

O meu amor,
O meu amor, Maria.
É como os fios telegráficos da estrada,
Onde vem pousar as andorinhas.

De vez em quando chega uma, e pousa.
Outra, nem isso...

A última que passou
limitou-se a fazer cocô,
no meu pobre fio de vida.

Mas o meu amor,
O meu amor, Maria.
O meu amor continua o mesmo,
As andorinhas é que mudam...

Conversas no banheiro feminino de um bar

Tudo que qualquer homem daria um dente da frente pra saber.
A cumplicidade em banheiros femeninos. Algo incrível mesmo. Sério.


- Aaargh, que catinga horrível.
- Eu fico indignada com gente que vem dá dor de barriga fora de casa, sabia?
- Pois é, mulher. Só pra cagar os banheiros dos bares.
- Gente, alguma de vocês tem espelho na bolsa?
- Tenho mulher, toma ae.
- Ahh, que lindo esse teu batom! Me empresta também?
- Na hora.
- É, o banheiro é fedido, mas pelo menos tem água na pia.
- Hahaha, já é uma vantagem. Também não se pode ter tudo, né?
- A segunda cabine ali vagou, meninas.
- Opa, valeu. Tô quase pra mijar nas calças. É uma demora tão grande dessas meninas!
- Segura minha bolsa e vigia a porta aí?
- Claro, vá com fé.
- Ow gente, é porque eu tô com uma calcinha cueca que demora pra porra pra arrumar.
- Owwn, eu amoooo calcinha cueca! Onde tu comprou?
- Mulher, foi promoção, tava de 17 reais um kit com 3.
- Menina, e tu viu o gatinho que chegou agora na mesa do lado?
- Caara, nem reparei, era o que tava de boné?
- Nem. De boné de noite eu nem olho, porque sei que é feio e tá tentando se esconder, só pode.
- Realmente, um acessório típico do dia.
- Homens não entendem nada de moda.
- Depende, tem uns que são até estilosos.
- Vocês querem dizer, gays?
- HAHAHAHAHA.
- É, colega, o negócio tá brabo...
- Mulher, vagou a primeira cabine ali.
- Alguém segura aqui me bolsa?
- Me dá aqui, a gente te espera.
- Brigada, gente.
- Naaada.


Metade delas eu nunca tinha visto na vida.
Até o próximo bar, garotas.
Porque mulher é um bixo extremamente complexo mesmo, viu.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Fim de semana, eu imploro, chegue logo.

Faz tempo que eu não parava assim no meio da semana pra desejar que o fim de semana chegasse logo, sabe. Quando eu fiz planos de ocupar todo meu tempo no começo do ano, não iamginei que seria assim tão cansativo. Meus dias tem sido corridos. Só percebi isso hoje quando desci quase correndo da aula até a cantina pra comprar um chocolate e matar minha sede por doce esses dias, e percebi que tava todo me olhando com cara de 'que desesperada, ainda faltam 10 minutos pro intervalo começar...'
Ah, até que enfim uma pausa.
E uma prova adiada. E um sarau de comunicação legal. E pessoas engraçadas, e interpretações fantásticas e criatividade a flor da pele e um violão bem tocado.
E uma chuvinha pra fechar a noite.
E um bom filme repetido pra ver no jantar.
Baah, que bom que o dia só tem 24 horas mesmo.
Assim dá pra ficar com gostinho de quero mais pra amanhã.

Ah, o amor

Queria escrever algo bonito aqui sobre o amor. Sobre como é curioso as pessoas escolherem outras pessoas 'nada a ver' pra amar, os critérios do coração e tarara. Aí foi quando me senti ridícula.
Aí foi quando parei.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Enfim, uma bela foto



Eu ia botar essa foto do Pokemon no texto em que eu questiono o comportamento das pessoas diante da reforma da Avenida Frei Serafim, mas achei que a crítica ofuscaria foto tão bela.
Finalmente alguém conseguio registrar o novo boulevard teresinense a noite, e agora quando eu falar insistidamente em 'caminhei mais uma vez pela avenida', ninguém mais vai imaginar uma divisão de pistas asfaltadas sem fim e um engarrafamento dos infernos, por favor.
E esse alguém, foi o Pokemon, que manda muito bem nas fotos, e registra o que eu sempre tive vontade de registrar [ok, tirando os skates, né?], porém, nunca tive nenhum talento :D
Crédito todo dele.

domingo, 23 de março de 2008

Perdoai-os, oh senhor!

É assustador pensar que, algum dia na história dessa humanidade perdida, a semana santa já foi santa e durava realmente uma semana.
Acho 3 dias de farra muito pouco.

Vamo armar um boteco aê!

Porque afinal, amigos e mangueira reunidos é o que importa!
[Desculpem, mas a censura proibiu a transcrição de trechos da brincadeira do Caruê neste blog]
Saldo da noite: uma garrafa de suco concentrado de abacaxi.

sábado, 22 de março de 2008

Lenda urbana

Eu não sou do Maranhão. Muito menos do interior. [Tudo bem, já morei na zona rural um tempo, mas foi SÓ um tempo.]
Portanto, nunca fui muito familiarizada com a tal da 'tiquira'. O que sempre escutei, desde que me entendo por gente, é que aquela cachaça roxinha e, segundo consta, um tanto quanto adocicada, não pode nunca, de forma alguma, entrar em contato com água. E isso é verdade absoluta pra qualquer bebum de respeito. As consequências, porém, variam de acordo com a imaginação: a pessoa pode ficar com alguns membros tortos ou até mesmo morrer.
Então, num encontro regional de estudantes de comunicação [ô raça ruim, essa], onde o objetivo é absorver a maior quantidade de conhecimento [cachaça] possível, vem a galera do Maranhão oferecer a 'mardita' pra gente.
Ok, tudo bem, tomem tiquira aí com esse céu nublado, vai.
Depois, quando voltar todo mundo com o peripaque do Chaves, não digam que eu não avisei, hein!?
Sério, nunca desejei tanto na minha vida que alguém entortasse [?]
E o coelhinho da páscoa, o papai noel e o guarda-chuva, podem enfiar todos naquele lugar :}

quinta-feira, 20 de março de 2008

Semana cana

Caminhei a avenida todinha, indo e voltando [sei que isso já tá ficando repetitivo por aqui, mas é o caminho pra casa do Felipe, fazer o que...] naquele deserto bem deserto que é típico desta cidade em dias de feriado.
Caralho, eu sou uma bosta. Até os ladrões arrumaram algo mais interessante pra fazer na semana santa, e eu aqui, sendo égua.
É, vou beber, não tem outro jeito.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Mas é que eu tenho que manter a minha fama de mau...

Sempre fui muito mau em assuntos relacionados ao coração, sabe.
Aos 4 anos, inclusive, ao sofrer uma operação de sopro cardíaco, eu tava muito mais preocupada com as barbies e jogos novos que ia ganhar no hospital do que com o fato do meu coração continuar batendo ou não.
Mas, saindo da metáfora do músculo involuntário que pulsa por alguém, falemos do verdadeiro órgão responsável pelos sentimentos: o cérebro. Este sim, nunca me permitiu, de fato, ser uma pessoa acessível a sentimentos melosos. A primeira cartinha de amor que recebi no colégio, por exemplo, foi aos 12, ou 13 anos, de um menino bem mais velho da rua da minha avó que, sabe-se lá deus o que de tão bom conseguiu ver em mim. Convenhamos, eu era magricela, usava uns jeans que com toda certeza deformavam meu corpo e meu cabelo além de não ser vermelho estava constantemente assanhado e com algum enfeite altamente tosco. A única coisa que talvez me destacava, era o fato de falar demais e ser metida a líder dos grupos em que me metia, o que de certa forma agradava aos professores, e construía uma certa fama, mas isso era impossível do garoto saber, uma vez que ele estudava em outra escola.
Concluindo, ele mandou a carta por um professor em comum que tínhamos, e este, por sua vez, fez questão de espalhar pra toda a turma que havia um garoto apaixonado por mim. Pensam por um acaso que eu fiquei ruborizada, querendo me esconder num buraco enquanto toda a sala gritava o insuportável verso secular 'tá namorando, tá namorando!'? Santo engano. Eu me senti foi a última coca-cola no deserto, e tratei logo de correr pro pátio rodeada de colegas fuxiqueiras pra ler a carta -escrita em papel perfumado, cheia de adesivos e tudo o mais, em alto e bom tom e ficar logo conhecida no colégio como a menina que mesmo sem saber beijar - sim, eu não sabia. Desculpa aí se as crianças de hoje em dia já nascem com um manual prático de como beijar de língua, ok? - já tinha pretendentes. Logo depois que acabou o fuzuê, olhei a carta mais uma vez. Reli algumas partes bonitinhas. No último parágrafo, o garoto pedia que, embora eu não considerasse o fato de dar alguma chance a ele, eu guardasse a carta com todo carinho, pra sempre. E enquanto todas as outras garotas suspiravam, nem pensei duas vezes. Rasguei a carta em alguns pedaços e joguei no lixeiro mais próximo. Rasgado também deve ter ficado o coração, cérebro ou sei lá, do tal garoto que nunca teve sequer uma rsposta minha mesmo me vendo passar constantemente na rua da vovó. Ah vai. Papel perfumado e adesivos? Não vai dizer que esse cara bem que poderia ser gay?
De lá pra cá então, o histórico de estragos só tem aumentado.
Tô dizendo, nunca soube lidar muito bem com essas coisas de coração. Sou muito mau. Muito mau mesmo.

Coisas realmente relevantes [2]

De todas as reformas que a prefeitura andou realizando em alguns pontos estratégicos da cidade, só reparei e senti na pele até agora a obra de reforma da Avenida Frei Serafim [principal sim, e nem adianta fazer essa cara]. Sempre caminhei por ela, e, devo admitir, obteve 100% de melhora, mesmo tendo sido destruída todas aquelas fontes que, embora não jorrassem água a anos e contribuíssem para a propagação do mosquito da dengue, servia perfeitamente para sentar numa bela sombra com amigos enquanto o ônibus não vinha.
Enfim, a melhora é notável. Nada mais de buracos de um calçamento velho e quebrado pelas raízes das árvores. A avenida está toda iluminada com postes que mantiveram aquele ar orignal, clássico, da época de sua construção [nunca parei pra pensar nisso, mas, constroem-se avenidas perto das casas ou as casas que são constuídas a margem das avenidas? Afinal, quem veio primeiro: o ovo ou a galinha? Existe vida após a morte ou vida extra-terrestre? Jesus, quem sou eu e o que faço aqui?]
As fontes arrancadas deram espaços a canteiros de plantas e banquinhos de madeira que os vândalos já começaram a riscar e quebrar. Foram instalados também lixeiros, e agora a gente não precisa mais andar tantos quilômetros com o palito de picolé na mão. As árvores antigas juntamente com os banquinho e as lâmpadas de alta potência ficam nas laterais do novo passeio construído, o que dá uma bela visão de corredor longo, uma espécie de boulevard teresinense.
Ou seja, uma melhora bem significaiva para pedestres e ciclistas que agora, inclusive, usam as rampas construídas especialmente para portadores de deficiência física para pegar embalo com toda velocidade e quase atropelar quem espera o sinal fechar para atravessar o cruzamento. E, ainda, acreditam veemente que aquela estradinha de piso tátil em cor destacada, é uma trilha maneiríssima para eles que, inclusive não possui uma árvore, banco ou lixeiro, pelo meio.
Os motoristas também não ficaram desfavorecidos não. Há um atalho grande, no meio da avenida, pintado de amarelo com uma cruz vermelha gigante e uma placa enorme com um desenho de proibido o retorno e escrito: 'Exceto ambulâncias em emergência', onde na hora do engarrafamento brabo de 6 da tarde, todo mundo faz a festa.
E agora, todo mundo pode esperar o ônibus tranquilamente nos banquinhos, rodeados de mosquitos nas luzes e tomando respingo dos canteiros.
Há um novo conceito de diversão inventado pelos jovens, que, a propósito, só vem a somar na cena da noite teresinense: encher a cara na avenida. Esse negócio de praça ou posto de gasolina já tá muito velho, após tantas inovações que custaram cerca de 1,5 milhão não acham? E, afinal de contas, vai virar cartão-postal da cidade, minha gente!
Obras que a gente ver! Obras que a gente sente! [na pele, a imbecilidade das pessoas]

sábado, 15 de março de 2008

Lispector, Clarice.

Estou lendo algumas de suas entrevistas com personalidades de sua época, realizadas entre os anos 60 e 70, quando já escritora e cronista conhecida, foi convidada a fazê-las e aceitou para ajudar no orçamento doméstico. Sabe como é né, escritor sofre. Mas o prazer é verdadeiramente compensável, creio. E não é só pra me aparecer que estou botando isso aqui não.
Enfim, em meio a comentáriso sobre livros, músicas,literaturas, esportes, artes cênicas ou plásticas dos entrevistados, Clarice soltava assim na maior, perguntas profundas, filosóficas, estranhas, que eu demoraria no mínimo uma semana inteira pensando e analisando para responder. E, o que é ainda mais curioso: eles respodiam na lata, sem receio algum. 'O que é o amor?, 'O que é a coisa mais importante no mundo para uma pessoa como indivíduo?', 'Você é um homem realizado?'.
Estou ainda na do poeta chileno Pablo Neruda. Nunca fui muito com a cara dele, embora nunca tenha visto a mesma, desde o primeiro ano na faculdade. Mas confesso que, das entrevistas que já li até agora, a dele teve algumas respostas que eu sempre quis dar. Inusitadas e sucintas à perguntas longas de Clarice:

- O que é que você mais deseja para você mesmo como indivíduo?
- Depende da hora do dia.
- O que é amor? Qualquer tipo de amor.
- A melhor definição seria: o amor é o amor.
- Você já sofreu muiot por amor?
- Estou disposto a sofrer mais.
- Diga alguma coisa que me surpreenda.
- 748.


Achei fantástico.
É bem provável que eu ainda comente mais entrevistas daqui pro final do livro. Ainda nem cheguei no Xico Buark [grafia inventada por Millôr Fernandes, entrevista da qual, inclusive, já passei]

Coisas realmente relevantes



E nesses dias, abre parêteses, entre um ônibus lotado e outro, fecha parêntes, estive pensando em coisas realmente relavantes pra botar aqui. Pobre blog, tão abandonado como minhas mochilas do ginásio no fundo do armário, morfando. Então eu tive a brilhante idéia pós-moderna-surreal de postar uma foto e comentar sobre ela, enquanto, simultâneamente vou soltando pitadas de como minha vida é feliz-maravilhosa-fodam-se-vocês-seus-frustrados. E, dentre as fotos selecionadas, a mais bonita que achei foi essa que vos mostro agora, caros leitores-fantasmas de meu fatídico blog. Prazer, Mini-Luana. O sorriso mais tênue que já pude ter. Bochechas rosadas de quem comia beterraba empurrada guela abaixo pela mãe todos os dias, e uma porteirinha onde passava um boi inteiro, mas que quase sempre era ocupada por uma chupeta. Olhos de jabuticaba madura com o brilho infantil e inocente - ok, talvez não tão inocente assim - e cabelo sem tinta alguma - tá, tá, nem tão infantil assim também. E, esse laço ridículo aí... bom... esse laço, er, hm, de fato, não tem explicação alguma.
Não desejo ônibus lotado nem para o meu pior inimigo - e olha que eu desejo coisas absurdamente absurdas para o dito cujo - BRINCADEIRINHA, HAHA, TE PEGUEI. Calma, gente, deixa o ônibus parar, vou descer também, calma, calma, não precisa empurrar caceeeete! E o meio litro de perfume que você passou antes de sair de casa, já era, colega.
Ahan, achei isso bem relavante pra botar aqui.
E, por enquanto é só.
Cut, cut, Mini-Luana.
Não, você não pode entrar pro clubinho :D

quinta-feira, 13 de março de 2008

Bárbara e Os perversos

Província

Um nome,
uma marca,
uma data,
uma safra,
um parente,
um distante,
um retrato,
um auto,
um esquece e o outro morre
Mas só quem morre sorrindo vai pro céu
Às vezes eu ando e mato
Às vezes eu paro e morro
Às vezes nessa província
Eu sinto que os fracos
Se apóiam no passado de novo

E não mentir é uma forma de suportar
Não sou bem vindo ao meu passado, mas
Às vezes ainda espero você chegar

Cantar isso bêbada é tudo, hein miguxo?

terça-feira, 4 de março de 2008

Outro

você nem vai me reconhecer
quando eu passar por você
de cara alegre e cruel
feliz e mau como um pau duro
acendendo-se no escuro
cascavel
eriçada na moita
concentrada e afoita
eu já chorei muito por você
também já fiz você chorar
agora olhe pra lá porque
eu fui me embora
você nem vai me reconhecer
quando eu passar por você

Caê <3

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Mas os amigos, não.

Alguns me chamarão de idiota, egoísta, limitada, possessiva, ciumenta, nervosinha, centralista, ou qualquer coisa do tipo. Podem mandar vê, não me importo. O que não posso é negar que algo me incomoda, quando na realidade me encontro a ponto de puxar os cabelos e arrancá-los cabeça a fora de tanta raiva que dá quando vejo alguém tomando algo que tenho como MEU. Pros apressadinhos, aviso logo: não estou falando de homem, nem tampouco namorado. Refiro-me aos MEUS amigos. E quando eu digo MEUS, é com toda propriedade sim. Com todo direito que me cabe de dizer que fulano ou cicrano é MEU amigo porque assim escolhi que fosse. Porque algumas características, referenciais ou demonstrações de caráter, afeto e carinho me atrairam e me levaram a trilhar um caminho no qual EU, eu mesmo, sozinha, tropecei, cai, levantei, mas concluí com sucesso a conquista de mais uma história de amor, amizade e respeito pelo próximo, seja ele bem próximo ou até mesmo distante. Então, me sinto no direito de bravejar MESMO, quando algum engraçadinho tenta, descaradamente roubar um espaço que EU conquistei a duras penas, muitas vezes, ou não. Que seja. O que importa é que é MEU. MEU amigo, MINHA amiga. No máximo divido ou empresto, mas deixar levar pra casa, de jeito nenhum. Me sinto realmente lesada quando tentam tirar de mim as únicas coisas que tenho de fato certeza de serem minhas: as amizades. Ou, ainda mais grave: tentam me substituir nos meus grupos de amigos, ora veja só. E, o que é ainda pior nisso tudo: não há nenhum 0800 para o qual ligar me queixando...
Por isso me valho desse humilde blog pra deixar minha singela súplica em simples e claras frases: Roubem-me liguinhas, clipes, chaveiros, canetas, pulseiras, até roupas, estilo, frases feitas, gírias, chicletes, batatinhas. Roubem-me beijos, chinelos, blusas, livros, cds, revistas, óculos, violão. Levem-me todo e qualquer bem material possível de carregar. Celular, mp3, 4, 5, mil. Suporto até as músicas! Levem, façam de minhas a trilha sonora de suas vidas, aprendam a tocar, digam que conheceram muito antes deu nascer até, dane-se. Mas os MEUS AMIGOS... ah não... passa fora, vai.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

E então...

Quando você consegue passar um dia inteiro na cama sem que ninguém dê pela sua falta, é que percebe claramente que o mundo não gira em torno de você.


23:23.
Ops, mamãe, é claro.

Pra te botar de pé

Benegripe, Resprin, Benalet, Apracur, Melhoral, Redoxon, Ceuin, Tagifor C, Notuss...
Não adianta.
Me dêem um caldinho, um lençol quente e uma senama, nada mais.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Domingo




E, se estivesse a meu alcance polpá-lo de toda a dor que existe no mundo, acedite, o faria. Eternamente. Só para vê-lo sempre bem, perto de mim.
Durma com os anjos, meu amor.

Sábado

Assistindo ao milionésimo show da Validuaté, resolvi fazer a tal brincadeirinha do cigarro.
Pensa em alguém. Traga, e antes de soltar a fumaça saia dando pontadas com o cigarro no ar.

Formou o círculo.
Ele também estava pensando.

...


E a madrugada comentando 'histórias de uma infância feliz em 80/90 na rua olavo bilac' com os primos, não poderia ter sido mais perfeita.
Carrinhos, bombons, furtos na delicatesse, cigarro de galho de árvore, caminhõesinhos cheio de areia e pedras, Vectra, o carro sensação do momento que todo mundo queria ter, o homem da pinta de plástico, a quitanda do titio que fazia careta pra gente, o terreno abandonado que tinha um casarão com balanço ao fundo, os banhos da vovó, a barata que subia pela perna do menino que dormia com o pé preto, os dentes arrancados, as quedas, travessuras, e tudo mais que fazíamos de dengo pra ganhar uma atenção.

E até o frio, de repente, virou uam delicada forma de calor ;)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

e.e. cummings

Nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além
de qualquer experiência, teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto
teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos, nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a primavera abre
(tocando sutilmente, misteriosamente) a sua primeira rosa

Ou se quiseres me ver fechado, eu e
minha vida nos fecharemos belamente, de repente
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;
nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder de tua intensa fragilidade: cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira
(não sei dizer o que há em ti que fecha
e abre; só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Ha, vai

Imagina:
Uma moto vermelha, daquelas fodásticas mesmo. Um capacete tipo coquinho. Uma jaqueta de couro, com uma camiseta legal por dentro. Um jeans bem justo. Uma mochila bem descolada. Um all star todo preto. Um batom cor de melancia. Óculos ryban, espelhado. Cabelos cacheados e ruivos ao vento.
Imaginou?
Tem ou não tem um que de atraente nisso? Hein, hein, hein?


Aí vem um caminhão, bate na moto e zaaz, hahep0@#4AJHEUIEM%¨&*(^949402sjsjei, puf, caquinho de ruiva pra todo lado.

Fim de sonho. E de papo. E de besteira também, tá, prometo.

Historinha

Em uma madrugada qualquer, enquanto ela se encontrava em sono profundo, o Tico e o Teco batiam um papo lá dentro:
- E aí, Teco... rola um sonho?
- Não sei, cara. Pode ser. Que que tu manda?
- Sei lá, joga um arquivo qualquer aí. Precisa procurar muito não. O mestre não vai nem reparar.
- Hm, deixa eu vê o que temos pra hoje... algumas impressões profundas e secretas? Insegurança? Ansiedade? Desejos? Vontades? Medo? Flashes sem sentido algum? Ahh não, já sei! Pânico! Vamo meter um pesadelo aí, que não vai ter pra ninguém, cara!
- Não, pô! Eu tava pensando aqui em sacanear ainda mais. Procurar lá no fundão aqueles arquivos de lembranças... recordações, talvez... algumas paixões vividas, não correspondidas, mal acabadas, secretas ou sei lá. Alguma mágoa. Alguma lembrança triste, arrependida. Alguma ferida ainda aberta, porém totalmente esquecida. O que acha? Procura lá que em algum canto, cheio de poeira e escondidinho, tu vai achar.
- Porra, meo. Ela já tá toda atribulada com tarefas, coisas pra resolver, organizar, assuntos pra tratar, amigos pra rever, e coisa e tal e tu ainda quer curtir?
- E por que não? Hahaha, tô afim de ver o circo pegar fogo e o palhaço morrer queimado, sacoé?
- Porra, Teco, tu é foda. Hauhuehauiheua.
- Qualé, Tico! Senta aí, traz a pipoca e relaxa. Vamo assistir essa bagaça de camarote! Ua ha ha ha ha [risada diabólica]

[Alguns instantes depois]

- Porra, Tico! Lá vem a merda da Dona bexiga fuder tudo...
- Caralho, na melhor parte da sessão, meo! Que merda, doido!
Dona bexiga: - Me desculpem, garotos... mas tô no meu limite mesmo. Preciso esvaziar agora.
- Inferno.
- Bostona.

[Acendem-se as luzes]

FIM :D

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Ah, la nouveauté!

Que c'est vieille la nouveauté...
A frase é de Jacques Prevért
Num filme de Macel Carné

;)

Eu viverei em paz

'Rasgue as minhas cartas e não me procure mais
Assim será melhor, meu bem
O retrato que eu te dei
Se ainda tens, não sei
Mas, se tiver, devolva-me;'

[...]


Dm7/G7/Dm7/G7/Dm7
G7/C7M


Er, isso aí mesmo.
Moleza total.

Põe a roupa de domingo, e pode me esquecer...

Fim de férias no campo. Altas picadas de mutuca, e o medo de encontrar um escorpião na minha toalha na hora de tomar banho. Rever aquele pé de tamarindo de uns 200 anos na frente da casa. Notar que, curiosamente, as pessoas no interior tem o habito estranho de andar descalça na piçarra, mesmo pisando em pedra, galhos ou espinhos. E testemunhar também uma missa, onde todo o pessoal do povoado foi com sua roupa de domingo.
Pra minha grande sorte, uma rã ainda pegou carona de volta com a gente e pulou em cima de mim dentro do carro, haha.
Churrasco, piscina, roda de música. Uma mistura de tudo que é velho e bom no sítio de uns amigos de infância do meu pai. E meu pai ficou lá saltando do pandeiro pra gaita e da gaita pro violão. E, modéstia a parte, quando o cara pegou no violão, a galera babou. 'Guenta que lá vem o Sena! Toma uma golada bem grande da dose, antes que ela fique aguada e ele castigue nossos dedos!' - dizia o pessoal da percussão.
E de volta... aulas pra-que-te-quero!
Bora fazer calouro pagar cana pra nós, bora?
Êêê vida boaaa!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Então vamos logo, antes que o mundo acabe



Foi preciso esperar exatamente um mês pra esse filme estrear aqui em nossa província, digo, cidade.
E foi preciso um domingo de carnaval entediante pra me levar ao cinema, mesmo que fosse desacompanhada, mesmo que fosse pra ver qualquer filme. Acabei arrumando companhia, e, de quebra, um filme excelente.
Mas 'Meu nome não é Johnny' já me dizia que era um daqueles filmes que a gente nem precisa ver o trailer pra ficar com vontade de assistir, de tanta propaganda que a globo mesmo faz. E, não sei quanto aos outros, mas pra mim tudo que tem o Selton Mello pelo meio não precisa de outro motivo preu conferir.
Atuações excelentes, humor na medida, diálogos inteligentes, daqueles que faz a gente querer está dentro do filme. Filme daqueles que empolga. Pra fazer querer viver tudo em um minuto. Torar um milhão de reias em qualquer coisa que traga prazer e aproveitar esse mundo que só tem louco e loucos mais louco que os loucos.
Se o João Estrella viveu ou não realmente tudo aquilo como foi mostrado, pouco importa. O filme está muito bom mesmo.
E eu arriscaria como melhor cena aqueles 5 segundos em que o barbudo ruivo [por favor, não me digam que não era o Amarante ¬¬ ] aparece puxando um na praia, aheuhauiehaue.
Tá bom, podem vaiar agora.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Deixa o coração bater, se despedaçar

Chora depois mais agora deixa sangrar
Deixa o carnaval passar ;)

domingo, 3 de fevereiro de 2008

O que eu acho fascinante nas escolas de samba, é que cada integrante, seja ele sambista, passista, ou como queira chamar, deve se sentir pequeno em meio aquela imensidão de cores e enfeites, mas, ao mesmo tempo, fundamental, único e feliz, por saber que, sem ele, a beleza, o brilho e o encanto daquela folia não seriam exatamente os mesmos.


E a Mangueira tá entrando :D
E na tv e nos jornais não tem outro assunto.
Nem o país, nem ninguém tem mais problemas, durante esses 4 dias.
E aqui pelas ruas da cidade, só vejo gente de comunicação.
Pra você ver como jornalista é bicho fudido, sem grana, sem sorte, alcoolatra e drogado.

Ê lelê.

Carnavalizar a vida, coração

Você tenha ou não tenha medo
Nêgo, nêga, o carnaval chegou
Mais cedo ou mais tarde acabo
de cabo a rabo com essa transação de pavor
O carnaval é uma invenção do diabo
que deus abençoou;

[...]

[Caetano Veloso - Deus e o diabo]

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Carta para mim

Entenda, querida.
A gente não vive no tempo dos outros. O que está sendo bom pra alguém agora, poderia ser péssimo para você. E tudo chegará no tempo certo. Não sei quem me garantiu isso, mas confie. Se agora faz frio e não há ninguém por perto pra te aquecer, não se sinta triste. O edredon está na segunda porta do armário e tem um pouco de chocolate quente no fogão. No outro dia fará sol, afinal, e você poderá sim andar na rua, pulando as poças d'água que se formaram. Se disse coisas das quais se arrependeu, esqueça. Mais tarde todos terão esquecido também, e o que importa mesmo é que não teve de responder a nenhum processo, até então. Se caiu de cara no chão, não deixe que ela fique lá por muito tempo. Você, sabe-se deus como chegou a maior idade. Nem um sopro cardíaco aos 4 anos conseguiu te derrubar. Seu coração ainda será partido várias vezes de uma forma não-cirúrgica e sem anestesia. E em cada uma delas você morrerá um pouquinho. Mas só um pouquinho, muito pouco mesmo. Porque seus amigos de verdade sempre vão está por perto pra te reavivar. Um ou dois, de verdade. Ah, vai, ninguém precisa mesmo de muitos. Não dê ouvidos pra conselhos de gente com menos da metade do seu conhecimento. Aliás, não ligue pra nenhum. Exceto para aquele que diz pra você guentar firme, deitar e dormir. E, se agora parece que ninguém mais no mundo se importa com você, dane-se. Talvez a maioria nunca tenha estado mesmo pouco se fudendo pra você ou seus sentimentos. Mas, sem dúvida, alguns morrem pelo seu sorriso. Veja a chuva cair, repare o barulho que ela faz no telhado e deixe que essa angústia se vá junto com ela. Se cubra com as mantas da rede, escutando aquela canção e não se importe com mais nada.
Você tem a faca, o queijo, e um futuro inteiro nas mãos. Segure bem.
Aaah, coração.
Abraça forte aqui e espera que essa noite já vai passar.

Luana.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Com açúcar, com afeto

fiz seu doce predileto
pra você parar em casa;


;}

Enquanto aqui dentro cai a chuva...

- Então... não vai almoçar?
- Tô sem fome.
- Não quer nem batatinha?
- Pode comer.
- Tem guaraná na geladeira.
- Tá, deixa lá.
- Quero ver meu orkut, nem chegue perto do computador.
- Tá desligado.
- Por que não sai uma música animada nessa bosta?
- Porque não.
- A mamãe disse pra tu ligar pra ela.
- Depois.
- O que tu acha da gente fazer brigadeiro?
- Péssimo.
- Pois toca algo no violão aí, vai, quero ouvir.
- Tô sem saco.
- Eu vô daqui a pouco na casa da vó, não quer ir?
- Não.
- Vamos, Luana. Não quero ir só.
- Já disse que não.
- Porra, o que diabos tu quer fazer, então?
- Ficar bem aqui, exatamente onde estou, olhando a chuva cair...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Insensatez

A insensatez que você fez
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor
O seu amor
Um amor tão delicado
Ah, porque você foi fraco assim
Assim tão desalmado
Ah, meu coração quem nunca amou
Não merece ser amado

Vai meu coração ouve a razão
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade
Vai, meu coração pede perdão
Perdão apaixonado
Vai porque quem não
Pede perdão
Não é nunca perdoado

Era a música preferida da Nara Leão, dizem.
E tem sido a minha também, esses últimos tempos.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

E todo momento é uma maravilha


Show da Validuaté no teatro? Fui, fui sim.
E essa frase aí do título descreve bem o que foi aquela apresentação.
Me arrepiei nas músicas que eram pra se arrepiar, dancei nas que eram pra dançar, cantei nas que eram pra cantar, me emocionei nas que eram pra se emocionar, e desejei que ele morresse nas que eram pra, enfim. Festa pura. Puro pário partido em festa. Festa linda, Fãs, fãs e mais fãs. Casa lotada, uhul. São os caras, tão se achando as estrelas já, oh só. O que posso dizer é que é show completo, desses pra não deixar a desejar. E que tem surpresas também, novidades. E eles [os meninos da banda] estavam tão felizes que a energia contagiou, de forma completamente encantadora. Quem não gostava passou a curtir e quem curtia passou a amar. Porque o amor... ah, o amor é feito de relâmpagos!
E se não gostar... toma aqui teu vale pra Timon, vai.
[HAHAHA, totalmente interna, foi mal ae quem não viu o show ainda, haha.]

Eu nunca empinei uma pipa, oh


É, eu fui ver sim a história de Hassan e Amir na telona, tá legal?
Quando eu tava lendo o livro ficava vendo o trailer no youtube, babando, achando o máximo, esperando aflita o dia da estreia nacional e regional que é sempre atrasada.
Enfim, na prática a coisa foi diferente. A bem da verdade, adaptações de livros pro cinema sempre me frustram, mas ainda assim eu insisto em ver. Não, eu não gosto de Harry Potter e nunca li Senhor dos Anéis e nem adianta fazer essa cara. O lance com o Caçador de Pipas foi modismo mesmo, contudo, não devo negar que a história no livro [emprestado] me encantou. Já nas telonas o efeito foi contrário. Não achei lá tão tocante assim e ainda me senti babaca nas partes heróicas. Os diálogos são fiéis, os cenários são ricos em detalhes, a história segue as tradições dos lugares, mas, pelo menos um capítulo inteiro foi cortado. Acreditem, ainda conseguia ser um pouco mais dramático.
E no cinema congelante, eu me pego pensando, porra, eu nunca empinei uma pipa na minha vida. Não tive infância, buá. Acho que é compreensível. Na minha cidade só tem vento de parada de ônibus, realiza.
E depois de anos roubando o saleiro da fila da pipoca, eu descobri um jeito super prático de levar o sal sem ter que recorrer a esse método. Mas eu continuo tão tentada a roubar.
Nas férias, tá valendo tudo, né. Mas eu não sei se assitiria esse mil vezes.
[Tá, essa foi paia.]

Botando ordem na casa

Ok. Eu tinha muita coisa pra escrever aqui, mas vamos por ordem, né?
São só 4 horas da madrugada, e eu ainda não tô com sono, então, mãos a obra!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Madrugada produtiva

- Pronto, ela tem uma real... estamos vulneráveis, momentos de tensão. E lai vai a outra bater ¬¬
- AAAAH, Luana! Tu quer é frescar!

- Pois tome, pegue 2.
- Pois tome, pegue 4.
- Pois tome, pegue 6.
- Pois tome, no seu cu!
- HAHAHA, não tem pause, não tem ouro, não tenho copas. Escolho espada.
- Sabe o que tu faz com essa espada, Rafa? Já tem um formato totalmente propício...
- HAHAHAHAHA.


- Ei, uma amiga minha perguntou... se eu bater eu saio, é?
- HAHAHAHAHAHAHA, idiota!


E o dia nasceu feliz :D

Historinha

Era uma vez um menino que não sabia o que fazer com um amor.





E, era uma vez uma menina que só queria um amor, pra saber o que fazer.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Já vooooooooooooooouuuuu!

Tem coisa mais insuportável do que ouvir seu nome sendo gritado pro almoço? ;\

Tô sim. Tô fumaçando e com vontade de torcer o pescoço de todo mundo que tá enchendo o bucho lá na mesa. GRRRRR.

Já vou, porra.

...

- E essa é mais uma das nossas músicas.

Ele disse isso e ela ficou parada, olhando pro tempo. Lembrou da época em que escrevia cartas de um possível amor, com um sentimento tão forte que chegava a chorar ao perceber algo batendo lá dentro. Cérebro e coração davam as mãos fazendo ela sentir como se estivesse voando. E não cairia, jamais. Se emocionava ao ouvir músicas, lembrar de momentos, olhar uma foto, reler uma carta. Ficava tão idiota que a vida parecia linda, mesmo com tantos problemas. Sorria para as pessoas na rua, amava dias de chuva ou sol forte, filme no cinema, tardes em sua cama sem fazer nada. Só sentindo aquilo que lhe parecia ser fundamental a vida. Pensar em respirar sem aquilo, de jeito nenhum. Era bom acordar cedo, era bom cada segundo, cada romance bobo na tv, cada chocolate dividido, cada correria pra um abraço forte, cada beijo [in]esperado, cada certeza de você-é-meu-e-eu-sou-sua-então-que-se-exploda-o-resto-do-mundo. Era bom quando a saudade era boa.
Lembrou de quando tinha uma música pra dividir com alguém, também.
Mas agora, tudo parecia muito longe.

- É, vocês são fofos. Mas, desculpa. Eu não acredito mais nessas coisas.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Aqui estou eu sozinha com o tempo

E quem poderá prever quando vai ser o fim?
Estávamos felizes, bebendo, brindando, brincando, dançando, aproveitando a noite e tudo mais de bom que ela pode trazer. Ou ruim.
Pensamentos confusos, culpa, medo, insegurança, fraqueza, ou sabe-se lá o que, fizeram uma atrocidade tremenda na nossa última noite. Algo terrível de imaginar, difícil de explicar, impossível de entender, ruim para consolar. E quem poderia evitar? E quem ou o que poderia prender alguém a esta vida?
E é exatamente esse tipo de notícia que faz a gente perceber o quão pequenos somos diante de tanta coisa. Algo de tanta coragem. Ou medo.
Mano, eu sinto muito. Muito mesmo. Sei como é a dor de perder um amigo querido. E, se estivesse ao meu alcance, juro por tudo que tomaria essa dor de você, só pra não ter de ver essa figura símbolo de alegria, com os olhos vermelhos de tanto chorar a perda de alguém.
Eu morreria por você. E achei que todo mundo deveria ficar sabendo disso logo.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Bucolismo

Acordei ao meio dia e fui com a cara ainda inchada e com marcas de lençol de tanto dormir com meu pai até o sítio, deixar umas mercadorias e material pra construção do novo tanque. Sim, ele vai voltar a criar peixe. Mas dessa vez tá ficando super legal o tanque, tem até uma pequena 'ilha' no meio, que dá pra armar uma redinha e ficar pescando. Ê vida boa. Lugar calmo, vida simples, paz. Os ladrões que andam por lá ainda são de galinha, graças. Enquanto pensava nisso, desci do carro. Aí eu revi os bichos. Quero dizer, os cachorros e os gatos do meu pai. Lembrei da infância feliz que tive por lá. Meu pai derrubou algumas árvores que poderiam contar esta história, e a casa também está em ruínas, depois que ele construiu o apartamentinho. Mas eu fiquei ali mesmo foi olhando o campo, o morro e os insetos de tempo de chuva. Joaninhas, cascudos, mariposas, grilos, rãs. Desliguei o mp3 e quis da vez ao som do campo. Ao som que a natureza faz. Uma borboleta entrou dentro do carro e queria vir embora com a gente. Era linda, branca com risquinhos roxos. Parecia que alguém tinha pego um pincel e feito aquele desenho simetricamente igual nela. É piegas, mas a natureza é perfeita sim, e coitado daquele que não consegue parar pra perceber isso.
O papai entrou no carro, acendeu um cigarro, acelerou.
A borboleta saiu pela janela, e eu cantei.
'Voe, voe, voe, querida...
voe, voe, voe, meu bem...'

Seria quase um belo filme, se meu pai não tivese dito 'eita afinação, hein filha...' e cortado todo meu encanto ¬¬

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Ludov, cd fresquinho

Hoje quando o sol saiu, eu resolvi voltar;

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Tome logo um Engov

pra curar sua ressaca;

E, se nem isso adiantar, crie vergonha na sua cara e pare de beber, tá legal?
Não é promessa.
Muito menos conselho.
É decisão.
Eu vi a cara da morte e ela estava viva.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Gotas tantas

[...]

Já que não é urgente
Aguente e sente
aguarde o temporal;

[Marisa Monte/Carlinhos Brown/Arnaldo Antunes]

Errata

Desculpem o equívoco no último post, amigos.

*Fazendo batuque no isopor de cerveja.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

E eu ando por aí, cantando sambas antigos no chuveiro, fazendo batuque no frasco de shampoo, fazendo contato com bebês em ônibus, aproveitando promoção de pizza no shopping, fazendo planos, pensando, criando, caminhando as 2 da madrugada pelas ruas desertas da cidade, vendo a chuva cair, me escondendo em baixo de cobertas, me balançando na rede, falando da vida alheia, lembrando de histórias engraçadas, revendo amigos, pintando as unhas, comendo ruffles, tomando coca-cola, botando a roupa suja pra lavar, pagando contas, mudando as fotos do mural.
Acordar cedo?
Nem pensar.
Arrumar essa bagunça aqui no quarto?
Deixa pra depois.

Maldita Cecília!

[...]

Contorço no colchão
Confronto a solidão
e volto a dormir pedindo de mim que enfim possa te apagar, Cecilia

[Mula Manca e a Fabulosa Figura]

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Ano novo, vida nova?

É de manhã
Vem o sol
Mas os pingos da chuva
Que ontem caíram
Ainda estão a brilhar
Ainda estão a dançar
Ao vento alegre
Que me traz esta canção

Quero que você
Me dê a mão
Vamos sair por aí
Sem pensar
No que foi que sonhei
Que chorei, que sofri
Pois a nova manhã
Já me fez esquecer
Me dê a mão
Vamos sair pra ver o sol

[Estrada do Sol - Tom Jobim (?)]