terça-feira, 17 de junho de 2008

Egoísmo

Uma noite, um sábado.
Talvez tenha sido ali, entre aqueles dois banquinhos de pedras, alguns cigarros e umas lágrimas. Quando e onde foi, não sei explicar ao certo.
Foi parando.
O sentimento ansioso e inusitado de antes foi desacelerando, cedendo espaço ao tédio e a solidão a dois. Sentia falta de ser apenas um, de novo. Com todos seus problemas e aflições, que ninguém podia viver por ela.
Foi deixando de acontecer.
O que todos previam ser lindo e verdadeiro, foi indo embora assim, sem explicação, sem convencer, sem permanecer o tempo estimado.
E ela só pensava em se sentir bem de novo. Era só isso que importava.
E agora, poder olhar pra si e se ver sozinha, não era de todo modo tão ruim assim. Não queria mais a vida de antes. Não queria mais a vida de agora. O que restava?
Solidão, café, cigarros.
Voltou a ter insônia.
Roeu o resto das unhas.
Contou a um ou dois amigos, sobre como se sentia naquela semana.
De que adiantava?
A caixinha de música não tocava mais.


E essa dor era dela. Não topava dividir.

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