sábado, 15 de março de 2008

Lispector, Clarice.

Estou lendo algumas de suas entrevistas com personalidades de sua época, realizadas entre os anos 60 e 70, quando já escritora e cronista conhecida, foi convidada a fazê-las e aceitou para ajudar no orçamento doméstico. Sabe como é né, escritor sofre. Mas o prazer é verdadeiramente compensável, creio. E não é só pra me aparecer que estou botando isso aqui não.
Enfim, em meio a comentáriso sobre livros, músicas,literaturas, esportes, artes cênicas ou plásticas dos entrevistados, Clarice soltava assim na maior, perguntas profundas, filosóficas, estranhas, que eu demoraria no mínimo uma semana inteira pensando e analisando para responder. E, o que é ainda mais curioso: eles respodiam na lata, sem receio algum. 'O que é o amor?, 'O que é a coisa mais importante no mundo para uma pessoa como indivíduo?', 'Você é um homem realizado?'.
Estou ainda na do poeta chileno Pablo Neruda. Nunca fui muito com a cara dele, embora nunca tenha visto a mesma, desde o primeiro ano na faculdade. Mas confesso que, das entrevistas que já li até agora, a dele teve algumas respostas que eu sempre quis dar. Inusitadas e sucintas à perguntas longas de Clarice:

- O que é que você mais deseja para você mesmo como indivíduo?
- Depende da hora do dia.
- O que é amor? Qualquer tipo de amor.
- A melhor definição seria: o amor é o amor.
- Você já sofreu muiot por amor?
- Estou disposto a sofrer mais.
- Diga alguma coisa que me surpreenda.
- 748.


Achei fantástico.
É bem provável que eu ainda comente mais entrevistas daqui pro final do livro. Ainda nem cheguei no Xico Buark [grafia inventada por Millôr Fernandes, entrevista da qual, inclusive, já passei]

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