terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Mas os amigos, não.

Alguns me chamarão de idiota, egoísta, limitada, possessiva, ciumenta, nervosinha, centralista, ou qualquer coisa do tipo. Podem mandar vê, não me importo. O que não posso é negar que algo me incomoda, quando na realidade me encontro a ponto de puxar os cabelos e arrancá-los cabeça a fora de tanta raiva que dá quando vejo alguém tomando algo que tenho como MEU. Pros apressadinhos, aviso logo: não estou falando de homem, nem tampouco namorado. Refiro-me aos MEUS amigos. E quando eu digo MEUS, é com toda propriedade sim. Com todo direito que me cabe de dizer que fulano ou cicrano é MEU amigo porque assim escolhi que fosse. Porque algumas características, referenciais ou demonstrações de caráter, afeto e carinho me atrairam e me levaram a trilhar um caminho no qual EU, eu mesmo, sozinha, tropecei, cai, levantei, mas concluí com sucesso a conquista de mais uma história de amor, amizade e respeito pelo próximo, seja ele bem próximo ou até mesmo distante. Então, me sinto no direito de bravejar MESMO, quando algum engraçadinho tenta, descaradamente roubar um espaço que EU conquistei a duras penas, muitas vezes, ou não. Que seja. O que importa é que é MEU. MEU amigo, MINHA amiga. No máximo divido ou empresto, mas deixar levar pra casa, de jeito nenhum. Me sinto realmente lesada quando tentam tirar de mim as únicas coisas que tenho de fato certeza de serem minhas: as amizades. Ou, ainda mais grave: tentam me substituir nos meus grupos de amigos, ora veja só. E, o que é ainda pior nisso tudo: não há nenhum 0800 para o qual ligar me queixando...
Por isso me valho desse humilde blog pra deixar minha singela súplica em simples e claras frases: Roubem-me liguinhas, clipes, chaveiros, canetas, pulseiras, até roupas, estilo, frases feitas, gírias, chicletes, batatinhas. Roubem-me beijos, chinelos, blusas, livros, cds, revistas, óculos, violão. Levem-me todo e qualquer bem material possível de carregar. Celular, mp3, 4, 5, mil. Suporto até as músicas! Levem, façam de minhas a trilha sonora de suas vidas, aprendam a tocar, digam que conheceram muito antes deu nascer até, dane-se. Mas os MEUS AMIGOS... ah não... passa fora, vai.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

E então...

Quando você consegue passar um dia inteiro na cama sem que ninguém dê pela sua falta, é que percebe claramente que o mundo não gira em torno de você.


23:23.
Ops, mamãe, é claro.

Pra te botar de pé

Benegripe, Resprin, Benalet, Apracur, Melhoral, Redoxon, Ceuin, Tagifor C, Notuss...
Não adianta.
Me dêem um caldinho, um lençol quente e uma senama, nada mais.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Domingo




E, se estivesse a meu alcance polpá-lo de toda a dor que existe no mundo, acedite, o faria. Eternamente. Só para vê-lo sempre bem, perto de mim.
Durma com os anjos, meu amor.

Sábado

Assistindo ao milionésimo show da Validuaté, resolvi fazer a tal brincadeirinha do cigarro.
Pensa em alguém. Traga, e antes de soltar a fumaça saia dando pontadas com o cigarro no ar.

Formou o círculo.
Ele também estava pensando.

...


E a madrugada comentando 'histórias de uma infância feliz em 80/90 na rua olavo bilac' com os primos, não poderia ter sido mais perfeita.
Carrinhos, bombons, furtos na delicatesse, cigarro de galho de árvore, caminhõesinhos cheio de areia e pedras, Vectra, o carro sensação do momento que todo mundo queria ter, o homem da pinta de plástico, a quitanda do titio que fazia careta pra gente, o terreno abandonado que tinha um casarão com balanço ao fundo, os banhos da vovó, a barata que subia pela perna do menino que dormia com o pé preto, os dentes arrancados, as quedas, travessuras, e tudo mais que fazíamos de dengo pra ganhar uma atenção.

E até o frio, de repente, virou uam delicada forma de calor ;)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

e.e. cummings

Nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além
de qualquer experiência, teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto
teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos, nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a primavera abre
(tocando sutilmente, misteriosamente) a sua primeira rosa

Ou se quiseres me ver fechado, eu e
minha vida nos fecharemos belamente, de repente
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;
nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder de tua intensa fragilidade: cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira
(não sei dizer o que há em ti que fecha
e abre; só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Ha, vai

Imagina:
Uma moto vermelha, daquelas fodásticas mesmo. Um capacete tipo coquinho. Uma jaqueta de couro, com uma camiseta legal por dentro. Um jeans bem justo. Uma mochila bem descolada. Um all star todo preto. Um batom cor de melancia. Óculos ryban, espelhado. Cabelos cacheados e ruivos ao vento.
Imaginou?
Tem ou não tem um que de atraente nisso? Hein, hein, hein?


Aí vem um caminhão, bate na moto e zaaz, hahep0@#4AJHEUIEM%¨&*(^949402sjsjei, puf, caquinho de ruiva pra todo lado.

Fim de sonho. E de papo. E de besteira também, tá, prometo.

Historinha

Em uma madrugada qualquer, enquanto ela se encontrava em sono profundo, o Tico e o Teco batiam um papo lá dentro:
- E aí, Teco... rola um sonho?
- Não sei, cara. Pode ser. Que que tu manda?
- Sei lá, joga um arquivo qualquer aí. Precisa procurar muito não. O mestre não vai nem reparar.
- Hm, deixa eu vê o que temos pra hoje... algumas impressões profundas e secretas? Insegurança? Ansiedade? Desejos? Vontades? Medo? Flashes sem sentido algum? Ahh não, já sei! Pânico! Vamo meter um pesadelo aí, que não vai ter pra ninguém, cara!
- Não, pô! Eu tava pensando aqui em sacanear ainda mais. Procurar lá no fundão aqueles arquivos de lembranças... recordações, talvez... algumas paixões vividas, não correspondidas, mal acabadas, secretas ou sei lá. Alguma mágoa. Alguma lembrança triste, arrependida. Alguma ferida ainda aberta, porém totalmente esquecida. O que acha? Procura lá que em algum canto, cheio de poeira e escondidinho, tu vai achar.
- Porra, meo. Ela já tá toda atribulada com tarefas, coisas pra resolver, organizar, assuntos pra tratar, amigos pra rever, e coisa e tal e tu ainda quer curtir?
- E por que não? Hahaha, tô afim de ver o circo pegar fogo e o palhaço morrer queimado, sacoé?
- Porra, Teco, tu é foda. Hauhuehauiheua.
- Qualé, Tico! Senta aí, traz a pipoca e relaxa. Vamo assistir essa bagaça de camarote! Ua ha ha ha ha [risada diabólica]

[Alguns instantes depois]

- Porra, Tico! Lá vem a merda da Dona bexiga fuder tudo...
- Caralho, na melhor parte da sessão, meo! Que merda, doido!
Dona bexiga: - Me desculpem, garotos... mas tô no meu limite mesmo. Preciso esvaziar agora.
- Inferno.
- Bostona.

[Acendem-se as luzes]

FIM :D

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Ah, la nouveauté!

Que c'est vieille la nouveauté...
A frase é de Jacques Prevért
Num filme de Macel Carné

;)

Eu viverei em paz

'Rasgue as minhas cartas e não me procure mais
Assim será melhor, meu bem
O retrato que eu te dei
Se ainda tens, não sei
Mas, se tiver, devolva-me;'

[...]


Dm7/G7/Dm7/G7/Dm7
G7/C7M


Er, isso aí mesmo.
Moleza total.

Põe a roupa de domingo, e pode me esquecer...

Fim de férias no campo. Altas picadas de mutuca, e o medo de encontrar um escorpião na minha toalha na hora de tomar banho. Rever aquele pé de tamarindo de uns 200 anos na frente da casa. Notar que, curiosamente, as pessoas no interior tem o habito estranho de andar descalça na piçarra, mesmo pisando em pedra, galhos ou espinhos. E testemunhar também uma missa, onde todo o pessoal do povoado foi com sua roupa de domingo.
Pra minha grande sorte, uma rã ainda pegou carona de volta com a gente e pulou em cima de mim dentro do carro, haha.
Churrasco, piscina, roda de música. Uma mistura de tudo que é velho e bom no sítio de uns amigos de infância do meu pai. E meu pai ficou lá saltando do pandeiro pra gaita e da gaita pro violão. E, modéstia a parte, quando o cara pegou no violão, a galera babou. 'Guenta que lá vem o Sena! Toma uma golada bem grande da dose, antes que ela fique aguada e ele castigue nossos dedos!' - dizia o pessoal da percussão.
E de volta... aulas pra-que-te-quero!
Bora fazer calouro pagar cana pra nós, bora?
Êêê vida boaaa!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Então vamos logo, antes que o mundo acabe



Foi preciso esperar exatamente um mês pra esse filme estrear aqui em nossa província, digo, cidade.
E foi preciso um domingo de carnaval entediante pra me levar ao cinema, mesmo que fosse desacompanhada, mesmo que fosse pra ver qualquer filme. Acabei arrumando companhia, e, de quebra, um filme excelente.
Mas 'Meu nome não é Johnny' já me dizia que era um daqueles filmes que a gente nem precisa ver o trailer pra ficar com vontade de assistir, de tanta propaganda que a globo mesmo faz. E, não sei quanto aos outros, mas pra mim tudo que tem o Selton Mello pelo meio não precisa de outro motivo preu conferir.
Atuações excelentes, humor na medida, diálogos inteligentes, daqueles que faz a gente querer está dentro do filme. Filme daqueles que empolga. Pra fazer querer viver tudo em um minuto. Torar um milhão de reias em qualquer coisa que traga prazer e aproveitar esse mundo que só tem louco e loucos mais louco que os loucos.
Se o João Estrella viveu ou não realmente tudo aquilo como foi mostrado, pouco importa. O filme está muito bom mesmo.
E eu arriscaria como melhor cena aqueles 5 segundos em que o barbudo ruivo [por favor, não me digam que não era o Amarante ¬¬ ] aparece puxando um na praia, aheuhauiehaue.
Tá bom, podem vaiar agora.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Deixa o coração bater, se despedaçar

Chora depois mais agora deixa sangrar
Deixa o carnaval passar ;)

domingo, 3 de fevereiro de 2008

O que eu acho fascinante nas escolas de samba, é que cada integrante, seja ele sambista, passista, ou como queira chamar, deve se sentir pequeno em meio aquela imensidão de cores e enfeites, mas, ao mesmo tempo, fundamental, único e feliz, por saber que, sem ele, a beleza, o brilho e o encanto daquela folia não seriam exatamente os mesmos.


E a Mangueira tá entrando :D
E na tv e nos jornais não tem outro assunto.
Nem o país, nem ninguém tem mais problemas, durante esses 4 dias.
E aqui pelas ruas da cidade, só vejo gente de comunicação.
Pra você ver como jornalista é bicho fudido, sem grana, sem sorte, alcoolatra e drogado.

Ê lelê.

Carnavalizar a vida, coração

Você tenha ou não tenha medo
Nêgo, nêga, o carnaval chegou
Mais cedo ou mais tarde acabo
de cabo a rabo com essa transação de pavor
O carnaval é uma invenção do diabo
que deus abençoou;

[...]

[Caetano Veloso - Deus e o diabo]