domingo, 30 de março de 2008

Vinícios de Moraes e as andorinhas

O meu amor,
O meu amor, Maria.
É como os fios telegráficos da estrada,
Onde vem pousar as andorinhas.

De vez em quando chega uma, e pousa.
Outra, nem isso...

A última que passou
limitou-se a fazer cocô,
no meu pobre fio de vida.

Mas o meu amor,
O meu amor, Maria.
O meu amor continua o mesmo,
As andorinhas é que mudam...

Conversas no banheiro feminino de um bar

Tudo que qualquer homem daria um dente da frente pra saber.
A cumplicidade em banheiros femeninos. Algo incrível mesmo. Sério.


- Aaargh, que catinga horrível.
- Eu fico indignada com gente que vem dá dor de barriga fora de casa, sabia?
- Pois é, mulher. Só pra cagar os banheiros dos bares.
- Gente, alguma de vocês tem espelho na bolsa?
- Tenho mulher, toma ae.
- Ahh, que lindo esse teu batom! Me empresta também?
- Na hora.
- É, o banheiro é fedido, mas pelo menos tem água na pia.
- Hahaha, já é uma vantagem. Também não se pode ter tudo, né?
- A segunda cabine ali vagou, meninas.
- Opa, valeu. Tô quase pra mijar nas calças. É uma demora tão grande dessas meninas!
- Segura minha bolsa e vigia a porta aí?
- Claro, vá com fé.
- Ow gente, é porque eu tô com uma calcinha cueca que demora pra porra pra arrumar.
- Owwn, eu amoooo calcinha cueca! Onde tu comprou?
- Mulher, foi promoção, tava de 17 reais um kit com 3.
- Menina, e tu viu o gatinho que chegou agora na mesa do lado?
- Caara, nem reparei, era o que tava de boné?
- Nem. De boné de noite eu nem olho, porque sei que é feio e tá tentando se esconder, só pode.
- Realmente, um acessório típico do dia.
- Homens não entendem nada de moda.
- Depende, tem uns que são até estilosos.
- Vocês querem dizer, gays?
- HAHAHAHAHA.
- É, colega, o negócio tá brabo...
- Mulher, vagou a primeira cabine ali.
- Alguém segura aqui me bolsa?
- Me dá aqui, a gente te espera.
- Brigada, gente.
- Naaada.


Metade delas eu nunca tinha visto na vida.
Até o próximo bar, garotas.
Porque mulher é um bixo extremamente complexo mesmo, viu.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Fim de semana, eu imploro, chegue logo.

Faz tempo que eu não parava assim no meio da semana pra desejar que o fim de semana chegasse logo, sabe. Quando eu fiz planos de ocupar todo meu tempo no começo do ano, não iamginei que seria assim tão cansativo. Meus dias tem sido corridos. Só percebi isso hoje quando desci quase correndo da aula até a cantina pra comprar um chocolate e matar minha sede por doce esses dias, e percebi que tava todo me olhando com cara de 'que desesperada, ainda faltam 10 minutos pro intervalo começar...'
Ah, até que enfim uma pausa.
E uma prova adiada. E um sarau de comunicação legal. E pessoas engraçadas, e interpretações fantásticas e criatividade a flor da pele e um violão bem tocado.
E uma chuvinha pra fechar a noite.
E um bom filme repetido pra ver no jantar.
Baah, que bom que o dia só tem 24 horas mesmo.
Assim dá pra ficar com gostinho de quero mais pra amanhã.

Ah, o amor

Queria escrever algo bonito aqui sobre o amor. Sobre como é curioso as pessoas escolherem outras pessoas 'nada a ver' pra amar, os critérios do coração e tarara. Aí foi quando me senti ridícula.
Aí foi quando parei.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Enfim, uma bela foto



Eu ia botar essa foto do Pokemon no texto em que eu questiono o comportamento das pessoas diante da reforma da Avenida Frei Serafim, mas achei que a crítica ofuscaria foto tão bela.
Finalmente alguém conseguio registrar o novo boulevard teresinense a noite, e agora quando eu falar insistidamente em 'caminhei mais uma vez pela avenida', ninguém mais vai imaginar uma divisão de pistas asfaltadas sem fim e um engarrafamento dos infernos, por favor.
E esse alguém, foi o Pokemon, que manda muito bem nas fotos, e registra o que eu sempre tive vontade de registrar [ok, tirando os skates, né?], porém, nunca tive nenhum talento :D
Crédito todo dele.

domingo, 23 de março de 2008

Perdoai-os, oh senhor!

É assustador pensar que, algum dia na história dessa humanidade perdida, a semana santa já foi santa e durava realmente uma semana.
Acho 3 dias de farra muito pouco.

Vamo armar um boteco aê!

Porque afinal, amigos e mangueira reunidos é o que importa!
[Desculpem, mas a censura proibiu a transcrição de trechos da brincadeira do Caruê neste blog]
Saldo da noite: uma garrafa de suco concentrado de abacaxi.

sábado, 22 de março de 2008

Lenda urbana

Eu não sou do Maranhão. Muito menos do interior. [Tudo bem, já morei na zona rural um tempo, mas foi SÓ um tempo.]
Portanto, nunca fui muito familiarizada com a tal da 'tiquira'. O que sempre escutei, desde que me entendo por gente, é que aquela cachaça roxinha e, segundo consta, um tanto quanto adocicada, não pode nunca, de forma alguma, entrar em contato com água. E isso é verdade absoluta pra qualquer bebum de respeito. As consequências, porém, variam de acordo com a imaginação: a pessoa pode ficar com alguns membros tortos ou até mesmo morrer.
Então, num encontro regional de estudantes de comunicação [ô raça ruim, essa], onde o objetivo é absorver a maior quantidade de conhecimento [cachaça] possível, vem a galera do Maranhão oferecer a 'mardita' pra gente.
Ok, tudo bem, tomem tiquira aí com esse céu nublado, vai.
Depois, quando voltar todo mundo com o peripaque do Chaves, não digam que eu não avisei, hein!?
Sério, nunca desejei tanto na minha vida que alguém entortasse [?]
E o coelhinho da páscoa, o papai noel e o guarda-chuva, podem enfiar todos naquele lugar :}

quinta-feira, 20 de março de 2008

Semana cana

Caminhei a avenida todinha, indo e voltando [sei que isso já tá ficando repetitivo por aqui, mas é o caminho pra casa do Felipe, fazer o que...] naquele deserto bem deserto que é típico desta cidade em dias de feriado.
Caralho, eu sou uma bosta. Até os ladrões arrumaram algo mais interessante pra fazer na semana santa, e eu aqui, sendo égua.
É, vou beber, não tem outro jeito.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Mas é que eu tenho que manter a minha fama de mau...

Sempre fui muito mau em assuntos relacionados ao coração, sabe.
Aos 4 anos, inclusive, ao sofrer uma operação de sopro cardíaco, eu tava muito mais preocupada com as barbies e jogos novos que ia ganhar no hospital do que com o fato do meu coração continuar batendo ou não.
Mas, saindo da metáfora do músculo involuntário que pulsa por alguém, falemos do verdadeiro órgão responsável pelos sentimentos: o cérebro. Este sim, nunca me permitiu, de fato, ser uma pessoa acessível a sentimentos melosos. A primeira cartinha de amor que recebi no colégio, por exemplo, foi aos 12, ou 13 anos, de um menino bem mais velho da rua da minha avó que, sabe-se lá deus o que de tão bom conseguiu ver em mim. Convenhamos, eu era magricela, usava uns jeans que com toda certeza deformavam meu corpo e meu cabelo além de não ser vermelho estava constantemente assanhado e com algum enfeite altamente tosco. A única coisa que talvez me destacava, era o fato de falar demais e ser metida a líder dos grupos em que me metia, o que de certa forma agradava aos professores, e construía uma certa fama, mas isso era impossível do garoto saber, uma vez que ele estudava em outra escola.
Concluindo, ele mandou a carta por um professor em comum que tínhamos, e este, por sua vez, fez questão de espalhar pra toda a turma que havia um garoto apaixonado por mim. Pensam por um acaso que eu fiquei ruborizada, querendo me esconder num buraco enquanto toda a sala gritava o insuportável verso secular 'tá namorando, tá namorando!'? Santo engano. Eu me senti foi a última coca-cola no deserto, e tratei logo de correr pro pátio rodeada de colegas fuxiqueiras pra ler a carta -escrita em papel perfumado, cheia de adesivos e tudo o mais, em alto e bom tom e ficar logo conhecida no colégio como a menina que mesmo sem saber beijar - sim, eu não sabia. Desculpa aí se as crianças de hoje em dia já nascem com um manual prático de como beijar de língua, ok? - já tinha pretendentes. Logo depois que acabou o fuzuê, olhei a carta mais uma vez. Reli algumas partes bonitinhas. No último parágrafo, o garoto pedia que, embora eu não considerasse o fato de dar alguma chance a ele, eu guardasse a carta com todo carinho, pra sempre. E enquanto todas as outras garotas suspiravam, nem pensei duas vezes. Rasguei a carta em alguns pedaços e joguei no lixeiro mais próximo. Rasgado também deve ter ficado o coração, cérebro ou sei lá, do tal garoto que nunca teve sequer uma rsposta minha mesmo me vendo passar constantemente na rua da vovó. Ah vai. Papel perfumado e adesivos? Não vai dizer que esse cara bem que poderia ser gay?
De lá pra cá então, o histórico de estragos só tem aumentado.
Tô dizendo, nunca soube lidar muito bem com essas coisas de coração. Sou muito mau. Muito mau mesmo.

Coisas realmente relevantes [2]

De todas as reformas que a prefeitura andou realizando em alguns pontos estratégicos da cidade, só reparei e senti na pele até agora a obra de reforma da Avenida Frei Serafim [principal sim, e nem adianta fazer essa cara]. Sempre caminhei por ela, e, devo admitir, obteve 100% de melhora, mesmo tendo sido destruída todas aquelas fontes que, embora não jorrassem água a anos e contribuíssem para a propagação do mosquito da dengue, servia perfeitamente para sentar numa bela sombra com amigos enquanto o ônibus não vinha.
Enfim, a melhora é notável. Nada mais de buracos de um calçamento velho e quebrado pelas raízes das árvores. A avenida está toda iluminada com postes que mantiveram aquele ar orignal, clássico, da época de sua construção [nunca parei pra pensar nisso, mas, constroem-se avenidas perto das casas ou as casas que são constuídas a margem das avenidas? Afinal, quem veio primeiro: o ovo ou a galinha? Existe vida após a morte ou vida extra-terrestre? Jesus, quem sou eu e o que faço aqui?]
As fontes arrancadas deram espaços a canteiros de plantas e banquinhos de madeira que os vândalos já começaram a riscar e quebrar. Foram instalados também lixeiros, e agora a gente não precisa mais andar tantos quilômetros com o palito de picolé na mão. As árvores antigas juntamente com os banquinho e as lâmpadas de alta potência ficam nas laterais do novo passeio construído, o que dá uma bela visão de corredor longo, uma espécie de boulevard teresinense.
Ou seja, uma melhora bem significaiva para pedestres e ciclistas que agora, inclusive, usam as rampas construídas especialmente para portadores de deficiência física para pegar embalo com toda velocidade e quase atropelar quem espera o sinal fechar para atravessar o cruzamento. E, ainda, acreditam veemente que aquela estradinha de piso tátil em cor destacada, é uma trilha maneiríssima para eles que, inclusive não possui uma árvore, banco ou lixeiro, pelo meio.
Os motoristas também não ficaram desfavorecidos não. Há um atalho grande, no meio da avenida, pintado de amarelo com uma cruz vermelha gigante e uma placa enorme com um desenho de proibido o retorno e escrito: 'Exceto ambulâncias em emergência', onde na hora do engarrafamento brabo de 6 da tarde, todo mundo faz a festa.
E agora, todo mundo pode esperar o ônibus tranquilamente nos banquinhos, rodeados de mosquitos nas luzes e tomando respingo dos canteiros.
Há um novo conceito de diversão inventado pelos jovens, que, a propósito, só vem a somar na cena da noite teresinense: encher a cara na avenida. Esse negócio de praça ou posto de gasolina já tá muito velho, após tantas inovações que custaram cerca de 1,5 milhão não acham? E, afinal de contas, vai virar cartão-postal da cidade, minha gente!
Obras que a gente ver! Obras que a gente sente! [na pele, a imbecilidade das pessoas]

sábado, 15 de março de 2008

Lispector, Clarice.

Estou lendo algumas de suas entrevistas com personalidades de sua época, realizadas entre os anos 60 e 70, quando já escritora e cronista conhecida, foi convidada a fazê-las e aceitou para ajudar no orçamento doméstico. Sabe como é né, escritor sofre. Mas o prazer é verdadeiramente compensável, creio. E não é só pra me aparecer que estou botando isso aqui não.
Enfim, em meio a comentáriso sobre livros, músicas,literaturas, esportes, artes cênicas ou plásticas dos entrevistados, Clarice soltava assim na maior, perguntas profundas, filosóficas, estranhas, que eu demoraria no mínimo uma semana inteira pensando e analisando para responder. E, o que é ainda mais curioso: eles respodiam na lata, sem receio algum. 'O que é o amor?, 'O que é a coisa mais importante no mundo para uma pessoa como indivíduo?', 'Você é um homem realizado?'.
Estou ainda na do poeta chileno Pablo Neruda. Nunca fui muito com a cara dele, embora nunca tenha visto a mesma, desde o primeiro ano na faculdade. Mas confesso que, das entrevistas que já li até agora, a dele teve algumas respostas que eu sempre quis dar. Inusitadas e sucintas à perguntas longas de Clarice:

- O que é que você mais deseja para você mesmo como indivíduo?
- Depende da hora do dia.
- O que é amor? Qualquer tipo de amor.
- A melhor definição seria: o amor é o amor.
- Você já sofreu muiot por amor?
- Estou disposto a sofrer mais.
- Diga alguma coisa que me surpreenda.
- 748.


Achei fantástico.
É bem provável que eu ainda comente mais entrevistas daqui pro final do livro. Ainda nem cheguei no Xico Buark [grafia inventada por Millôr Fernandes, entrevista da qual, inclusive, já passei]

Coisas realmente relevantes



E nesses dias, abre parêteses, entre um ônibus lotado e outro, fecha parêntes, estive pensando em coisas realmente relavantes pra botar aqui. Pobre blog, tão abandonado como minhas mochilas do ginásio no fundo do armário, morfando. Então eu tive a brilhante idéia pós-moderna-surreal de postar uma foto e comentar sobre ela, enquanto, simultâneamente vou soltando pitadas de como minha vida é feliz-maravilhosa-fodam-se-vocês-seus-frustrados. E, dentre as fotos selecionadas, a mais bonita que achei foi essa que vos mostro agora, caros leitores-fantasmas de meu fatídico blog. Prazer, Mini-Luana. O sorriso mais tênue que já pude ter. Bochechas rosadas de quem comia beterraba empurrada guela abaixo pela mãe todos os dias, e uma porteirinha onde passava um boi inteiro, mas que quase sempre era ocupada por uma chupeta. Olhos de jabuticaba madura com o brilho infantil e inocente - ok, talvez não tão inocente assim - e cabelo sem tinta alguma - tá, tá, nem tão infantil assim também. E, esse laço ridículo aí... bom... esse laço, er, hm, de fato, não tem explicação alguma.
Não desejo ônibus lotado nem para o meu pior inimigo - e olha que eu desejo coisas absurdamente absurdas para o dito cujo - BRINCADEIRINHA, HAHA, TE PEGUEI. Calma, gente, deixa o ônibus parar, vou descer também, calma, calma, não precisa empurrar caceeeete! E o meio litro de perfume que você passou antes de sair de casa, já era, colega.
Ahan, achei isso bem relavante pra botar aqui.
E, por enquanto é só.
Cut, cut, Mini-Luana.
Não, você não pode entrar pro clubinho :D

quinta-feira, 13 de março de 2008

Bárbara e Os perversos

Província

Um nome,
uma marca,
uma data,
uma safra,
um parente,
um distante,
um retrato,
um auto,
um esquece e o outro morre
Mas só quem morre sorrindo vai pro céu
Às vezes eu ando e mato
Às vezes eu paro e morro
Às vezes nessa província
Eu sinto que os fracos
Se apóiam no passado de novo

E não mentir é uma forma de suportar
Não sou bem vindo ao meu passado, mas
Às vezes ainda espero você chegar

Cantar isso bêbada é tudo, hein miguxo?

terça-feira, 4 de março de 2008

Outro

você nem vai me reconhecer
quando eu passar por você
de cara alegre e cruel
feliz e mau como um pau duro
acendendo-se no escuro
cascavel
eriçada na moita
concentrada e afoita
eu já chorei muito por você
também já fiz você chorar
agora olhe pra lá porque
eu fui me embora
você nem vai me reconhecer
quando eu passar por você

Caê <3