sábado, 23 de agosto de 2008

Num Dia (Arnaldo Antunes)

[...]

'respirar
sentir o sabor do que comer
caminhar
se chover, tomar chuva
ter saudade no final da tarde
para quando escurecer
esquecer
ao se deitar para dormir
dormir;'


Aaaaaaaaaah, como é bom uma tarde de folga!

O que te sobra além das coisas casuais

Eu me sento, eu penso, eu paro, eu canso, eu fumo, eu não aguento.
Mentira, aguento sim.
Às vezes dá medo, aflição. Mas até o medo é gostoso.
O desafio, a vontade de que dê certo e de ver um bom resultado, motivam.
Mas às vezes cansa. Abusa, irrita, estressa, dá vontade de voltar atrás e acabar com tudo. Porém, quando isso acontece, você vê que não tem mais jeito: está totalmente mergulhada naquilo, com todas suas forças. A paixão vai crescendo e admiração aumentando. Uma decepçãozinha aqui, outra aculá, até faz parte. Mas mesmo que você olhe pra traás, desesperadamente tentando desistir de tudo, é inútil.
E, não precisa tanta paciência assim. Cada vez parece mais delicioso e necessário pro seu dia, pra sua vida, pra sua alegria.
E então, de repente, você percebe que nasceu para aquilo.
Tendo como princípio o 'nada é pra sempre', não vai durar muito. E o que fazemos? Aproveitamos. Cada segundo, cada palavra, cada atitude, cada olhar, cada brincadeira.
Porque no final, é só o que vai ficar de verdade.

Não, gente. Eu definitivamente não estou falando do amor.