quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Bucolismo

Acordei ao meio dia e fui com a cara ainda inchada e com marcas de lençol de tanto dormir com meu pai até o sítio, deixar umas mercadorias e material pra construção do novo tanque. Sim, ele vai voltar a criar peixe. Mas dessa vez tá ficando super legal o tanque, tem até uma pequena 'ilha' no meio, que dá pra armar uma redinha e ficar pescando. Ê vida boa. Lugar calmo, vida simples, paz. Os ladrões que andam por lá ainda são de galinha, graças. Enquanto pensava nisso, desci do carro. Aí eu revi os bichos. Quero dizer, os cachorros e os gatos do meu pai. Lembrei da infância feliz que tive por lá. Meu pai derrubou algumas árvores que poderiam contar esta história, e a casa também está em ruínas, depois que ele construiu o apartamentinho. Mas eu fiquei ali mesmo foi olhando o campo, o morro e os insetos de tempo de chuva. Joaninhas, cascudos, mariposas, grilos, rãs. Desliguei o mp3 e quis da vez ao som do campo. Ao som que a natureza faz. Uma borboleta entrou dentro do carro e queria vir embora com a gente. Era linda, branca com risquinhos roxos. Parecia que alguém tinha pego um pincel e feito aquele desenho simetricamente igual nela. É piegas, mas a natureza é perfeita sim, e coitado daquele que não consegue parar pra perceber isso.
O papai entrou no carro, acendeu um cigarro, acelerou.
A borboleta saiu pela janela, e eu cantei.
'Voe, voe, voe, querida...
voe, voe, voe, meu bem...'

Seria quase um belo filme, se meu pai não tivese dito 'eita afinação, hein filha...' e cortado todo meu encanto ¬¬

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