domingo, 30 de dezembro de 2007

Pelo seu aniversário


Dia 31 de dezembro enfim, mostra suas caras, anunciando que é mais um ano que se passou, menos um que passará.
E o que fizemos dele, irmã? Ah... tantas coisas que sequer caberiam bem aqui. Lembro do começo, talvez do meio e, com certeza, do finalzinho, que sempre chega quando a gente tá mais unida. Compras de natal no centro, presentes e presentes e presentes e 'porra, porque a gente não é rica hein?' E mesmo tu comprando 5 blusas do mesmo modelo e cores diferentes, criticando o fato deu não gostar das roupas da C&A ou me fazendo perder a paciência escolhendo presente pro teu namorado, eu adoro fazer compras contigo. Teu namorado, este também fator de muitas brigas. Tu joga na minha cara que eu sô encalhada e eu revido dizendo que se fosse pra ter um abestado que nem o teu, eu nem queria mesmo. E assim a gente grita, berrra, briga, se ofende, e tem aquela vontadinha de ter nascido filha única. A gente se enche de um ódio tão grande que, infla as bochechas, fica vermelha, e passa no máximo, algumas horas sem se falar. Ha, imagina só que saco ser filha única. Com quem eu ia passar as madrugadas jogando conversa fora, rindo de besteira, vendo um filme velho, falando mal de alguém, comendo porcaria, ou simplesmente irritando a mamãe? É difícil imaginar como seria minha vida hoje sem os teus conselhos loucos, simples e sinceros, ou tua opinião sobre as pessoas que conheço e lugares que ando, ou as besteiras que eu faço. Quando eu penso que tu vai ser mais uma a me recriminar, tu chega e diz 'Han, eu já fiz coisa muito pior!' e a gente morre de rir lembrando das presepadas. Entendo perfeitamente que tu só tem a intenção de me proteger, com a tua experiência de 6 anos a mais de vida. Hohoho. Quem tu pensa que é mesmo? Só porque fica todo dia aqui brigando pelo computador, ou irritada porque eu me atraso pra irmos juntas pra faculdade, ou cospe toda a cebola da macarronada que eu faço com tanto orgulho e diz que é horrível, ou pede peloamordedues pr'eu parar com essa merda de violão e cantoria no teu ouvido, ou diz que eu pareço um homenzinho com minhas camisetas e all stars, ou faz pizza pra gente no domingo, ou paga um taxi pra mim nos momentos difíceis, ou tem vontade de bater e quebrar a cara de qualquer pessoa que me faz chorar, ou me empresta qualquer roupa tua mesmo que seja novinha e que na hora de comprar eu tenha botado todos os defeitos do mundo, ou que enche a minha escrivaninha de copos me deixando looouca de raiva, ou fica perguntando de 5 em 5 segundos como se escreve palavra tal, ou porque tentou me matar no carrinho de supermercado quando eu era bebê, ou porque me empresta o celular no fim de semana, mesmo querendo me esfolar caso teu namorado ligue e eu não passe pra ti, ou porque não sabia ao certo se era graus, centímetors ou litros que media temperatura, ou porque pinta minhas unhas 300 vezes se preciso for, ou porque ficou 39 horas acordadas trabalhando no PREX que ninguém mais aguentava ouvir falar e acabou por tirar nota boa, e passou, e agora é uma publicitária formada? Só por essas dentre outras coisas tão pequenas e insignificantes tu vai querer me humilhar agora é, sua tchocha?
Não sei como escrever aqui a vontade danada que tô de te abraçar agora e, por um acaso também, meu coração ficou apertadinho e meu olhos marejados, porra. Entretanto, se tu visse essa cena linda ia dizer com aquela cara de otária que só tu sabe fazer: 'Que retardaaaaada!' e a gente ia morrer de rir por horas. Com o som daquela gargalhada gostosa que fica no ar quando estámos juntas, e aqueles gritos que só a gente sabe dá. Ah, e claro, a boca do Peugeot no final.
E cara, tu é uma figura tão ímpar, que até pra nascer tu tinha que escolher o último dia do ano. Mesmo que ninguém lembre, eu estou aqui pra te desejar momentos tão felizes como os que tivemos esse ano, no próximo, e no próximo, e no próximo...
Feliz Ano Novo, Miroca. Que tudo se realize.
Te amo.

Ah Fernanda, Fernandinha


Eu bem que queria chegar pra ela e dizer 'Putaquepariu, vai ter idéias perfeitas assim lá na casa do capeta...' Pra quem conhece ela só como 'a guriazinha do Pato Fu', alôoou! Acorda pra cuspir, filho!
A mulher arrasa, cara. A mulher dá show. Grande sacada essa de fazer cd solo com canções originalmente gravadas por Nara Leão, figura esta que eu não tive oportunidade de conhecer em vida. E nem em morte, pra ser sincera. Não assisti o 'Por toda minha vida' exibido na globo um tempo desses. Mas sei que pelo cd 'Onde brilhem os olhos seus', lançado agora pela Takai, muita coisa de Nara Leão pode ser sentida, além de ouvida. Os críticos dizem que as duas tem muita coisa em comum. A originalidade, a voz doce, a garra. Que seja. De uma forma ou de outra a voz meiga da Fernanda me embala, me faz viajar, sentir, respirar, viver. Coisas inexplicáveis do mundo da música. E ouvir a voz dela em melodias totalmente no estilo retrô, me deixaram fascinada. Me fez parar e pensar novamente que, de fato, nada, nunca será velho, enquanto soubermos, de fato, apreciar o belo. Ouvir 'Odeon' e 'Ta hi', me fizeram não só lembrar daquelas novelas de época embaladas com sambinhas desse tipo, como ficar encantada com a renovação que a Fernanda Takai soube dar. Pra ser bem honesta também, acho que não ouvi nada tão sensível e de bom gosto esse ano como 'Descança coração' e 'Insensatez'. E olha que foi um ano de bons álbun. E, todo o resto, quando cantarolo no banho, escuto mamãe completar pela casa, seguido de um grito 'onde é que tu ouviu isso menina? Isso é antiiiiiigooo...'
Muito, muito, muuuuuuuito bom Fernanda.
Aplaudiria você 5 minutos de pé, confesso.

Me arremaaaaaate pra vocêeeeeee

E ontem com toda certeza foi o sábado mais desbombado de todo o ano. Pra fechar né. Tinha que ser aquele sábado milk shaque com a família e pipoca vendo tv até a madrugada.
Interessante lembrar agora mas, tenho um amigo que diz que o 'Altas horas' e todo aquele papo de vida inteligente na madrugada e blablabla, é só um forte indício de, sim, você está em casa num sábado a noite, logo, você é um fracassado. Discordo. Acho aliás, um dos programas mais interessantes da tv [se é que tem outro que possa ser considerado 'interessante'] O que de fato eu tive de aceitar foi a cretinice do Serginho Groisman [sim, eu fui ao Google jurando que era bem mais complicado!] em escolher, nada mais e nada menos que 3 duplas sertanejas [argh] para fazer a alegria [pra não dizer tristeza] dos telespectadores no último programa do ano de 2007. Era um sábado sim e eu estava mesmo em casa vendo tv.
De quebra, pra completar ainda mais a felicidade geral da nação, não teve entrevista com a platéia, 'dublagem ao vivo', 'não é foto é vídeo', Fulana de tal, a sexóloga, e todas essas coisinhas que até deixam o programa divertidinho, de vez em quando. Enfim, uma bostona.
E eu ainda tive que aturar Mirinha do lado cantando simplesmente tooooooooodas as músicas de Bruno e Marrone, Edson e Hudson e César Menotti e Fabiano [Enfia o dedo na guela e puxa um balde, rápido]
E cantamos no quarto, num coro só, embaixo de nossos respectivos edredons: 'Eu vou fazer um leilãaaaao, quem dá mais pelo meu coraçaaããa....' Oh vida.
'Será se vai ter show deles aqui? Se tiver, podem acreditar: eu vou!. Ahan, eu tive de ouvir isso saindo da boca da minha irmã. Pelamordedeus, vamos ser ecléticos, mas nem tanto!
Sem preconceitos, só não faz meu tipo, ok!?
Abraços, colegas.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Ê, tédio.

- Luana: Mirinha, abre ae o cifra clube.
- Mirinha: Sigla o que?
- Luana: Cifra clube!
- Mirinha: An.
- Luana: Zeca Baleiro, Quase nada. Procura.
- Mirinha: Ahh Luana, sô tua empregada não!
- Luana: Isso ou sai do computador.
- Mirinha: An.
- Luana: Vai lendo as letrinhas aí em cima da música, vai.
- Mirinha: Tá. Primeiro, D.
- Luana: Dê? Dê de que?
- Mirinha: D de Dê a sua bunda, ok?

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- Luana: Passa aí o guaraná, vai.
- Mirinha: Ah, agora vai tomar guaraná até espocar, é?
- Luana: Meu bem, eu tomo o quanto eu quiser.
- Mirinha: Tu devia voltar pro tempo em que tu não gostava de refrigerante, era bem melhor.
- Luana: Passa essa merda aqui, porra. Não tem suco hoje.
- Mirinha: Então vai tomar.
- Luana: Tomar o que, louca?
- Mirinha: Tomar no cu.

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Nas férias é só isso que a gente faz o dia todo. E é porque tá só no começo.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Arnaldo Antunes, meu rei... por favor...

Socorro!
Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir...

Socorro!
Alguma alma
Mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...

Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate
Nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena
Qualquer coisa!
Qualquer coisa
Que se sinta...

Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva

Socorro!
Alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento
Acostamento, encruzilhada
Socorro!
Eu já não sinto nada...

Socorro!
Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Nem vontade de chorar
Nem de rir...

sábado, 22 de dezembro de 2007

Que prazer é esse pelo qual procuramos?

O centro comercial da cidade está um inferno.
Pessoas caminham apressadas, impacientes, nervosas. Lojas lotadas, vendedores estressados, filas enormes. Assaltantes fazendo a festa. Gente estourando cartão de créditos para todos os lados, atendendo a seus desejos insasiáveis de presentear pessoas no natal. Mas pra que mesmo tudo isso?
Não é de hoje que todo mundo sonha com um natal como manda a tradição. Muitos pacotes de presentes embaixo de uma árvore bonita e enfeitada no canto da sala, próximo a lareira. O peru, o salpicão e a champanhe em cima da mesa, crianças correndo por toda a parte, jovens e idosos se abraçando em confraternização e a neve caindo no vidro da jenela. Porém, não temos neve, o peru tá caro, lareira em teresina resultaria em morte imediata por combustão e, criança, pelamordeus, faz um barulho dos diabos. E é bem aqui neste parágrafo que eu me pego pensando, procurando, estimando, presumindo, sobre que porra de prazer é esse que procuramos. Em festas, reunião de amigos, bares, conversas, beijos, num copo de cerveja, no que quer que seja. Essa busca incansável por situações que nos proporcionem prazer tem todo fundamento. O que não tem nenhum sentido pra mim, até agora, é o fato das pessoas aplicarem certos valores estranhos em situações irritantes. Confesso que o natal é lindo e blablabla. Mas tem realmente algum sentido em ficar horas numa fila pra pagar por um presente caro, algo material, que com certeza não trará tanto prazer quanto um pouco de atenção ou um ombro amigo. Que presente melhor posso dá a meus avós do que sentar-me ao lado deles todas as tardes e conversar um pouco, o mínimo que seja, ouvindo histórias de natais e carnavais passados?
Dentre tantos pensamentos soltos, só isso não faz sentido para mim, agora, juro.
Como consigo sentir muito mais prazer em tocar uma música que gosto muito bem aqui no violão, as 3 da madrugada, para absolutamente ninguém, do que em está numa festa lotada de gente e possibilidades de segundos alegres que me deixarão triste depois?
Eu só quero uma rede no campo, um bom livro, um filme velho na tv, fazer macarronada na cozinha melando tudo, um café com o pai na varanda, num papo provavelmente chato sobre meu futuro, uma conversa inútil cheia de xingamentos com a minha irmã, uma noite de vinho ouvindo uma boa música com a mãe, e uma tarde deitada no chão gelado do quarto do vô, dormindo até babar.
Se alguém encontrar situações mais prazerosas do que essas, por favor, me avise.

Saudosismo

Eu, você, nós dois
Já temos um passado, meu amor
Um violão guardado
Aquela flor
E outras mumunhas mais
Eu, você, João
Girando na vitrola sem parar
E o mundo dissonante que nós dois
Tentamos inventar tentamos inventar
Tentamos inventar tentamos

A felicidade a felicidade
A felicidade a felicidade
Eu, você, depois
Quarta-feira de cinzas no país
E as notas dissonantes se integraram
Ao som dos imbecis
Sim, você, nós dois
Já temos um passado, meu amor
A bossa, a fossa, a nossa grande dor
Como dois quadradões

Lobo, lobo bobo
Lobo, lobo bobo
Eu, você, João
Girando na vitrola sem parar
E eu fico comovido de lembrar
O tempo e o som
Ah! Como era bom
Mas chega de saudade
A realidade é que
Aprendemos com João
Pra sempre
A ser desafinados
Ser desafinados
Ser desafinados
Ser

Chega de saudade
Chega de saudade
Chega de saudade
Chega de saudade


[Caetano Veloso]

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Analisando: Validuaté


Tarde com o cd deles em mãos. Apreciando, analisando. Entendendo todo o sentindo do que foi minimamente pensando por eles em seus detalhes que passam as vezes quase despercebidos pelas pessoas. Se a moça tem um vestido florado enfeitado com uma fita brihosa e balança um lençol azul num céu que é totalmente massa se mostrando nu naquela imensidão quase tocada pelo prédio, não é por acaso. Não mesmo.
E de repente, me deliciando música por música nesta tarde, tudo pareceu lindo. Em comparações nunca antes pensadas por mim. Eu nunca vi, por exemplo, uma borboleta voando pela rua quando tá ventando. Mas sei o quanto é lindo um casal apaixonada passeando de bicicleta e carregando o amor na garupa.
Só me deixou triste o fato de não ter a música mais desejada para aqueles dias em que se bota compressa de gelo nos cotovelos e se deseja mais que tudo que aquele infeliz morra. Mas, tudo bem, devem ter guardado 'Eu só quero acabar com você'para o próximo álbum que, pelo que eu soube, já está em andamento.
Que a banda, ou aquele grupo de amigos atenciosíssimos que respodem pelo nome de Validuaté, continuem produzindo muito pelos pátios.
Parabéns, meninos. Belíssimo trabalho.
Ah, meu cd, diga-se de passagem, ganhei de aniversário da Tássia, e tá autografado pelo Thiago :D

Agora dá licença que tem um dedilhado ali me deixando doida a horas. Preciso pegar até amanhã pra tocar num dia especial, pra alguém especial. Alguém arrisca um palpite?

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

E eu ainda rôo, rôo, rôo, rôo...

É.
18 anos e não tenho unhas.
Se me perguntarem ao sério qual é o lance com as unhas, eu responderia claro e diretamente: Só quero pintá-las com o esmalte cereja.
Em geral, nunca gostei de aniversário. Desde as festinhas enfeitadas de verde e vermelho, e papais noeis de lembrancinha pra criançada. Aquilo tudo mais me constrangia do que animava. Vestir roupa nova dada pela avó e comer docinho até dizer chega. E a verdade é que, muitos anos depois, a realidade é exatamente a mesma. A diferença é que, ao longo do tempo aprendi que não precisa data exata pra se sentir feliz entre os amigos. Aniversário é só mais uma data no calendário, qualé, não precisava tanta demonstração de carinho que até me deixaram sem jeito. Tanta atenção. Tanta importância. Caralho, eu tenho os melhores amigos do mundo. Poucos, porque enfim, preciso escolhê-los a dedo.
Foi tudo tão lindo. Até esqueci a sensação nostálgica que essa data sempre me trazia. Tive, sem dúvida alguma, o melhor aniversário da minha vida. [E espero sim repetir essa frase em todos os outros anos] Do parabéns desejado no microfone em pleno show da minha banda preferida na praça à surpresa no apartamento. Balões roxos, faixa, bolo, chapeuzinho, buzina, amigos da faculdade, velhos [porém sempre bons] amigos, presentes, música, champanhe, brinde, discurso. Tudo tão bem pensado e planejado pra comemorar mais uns rápidos 365 dias cansados de minha existência.
O sonho de pular naquela piscina que vejo da minha janela foi realizado. E sei que ainda restam muitos outros.
Reconciliações. Desajadas e importantes reconciliações.
Aquela presença importante, quase desistida de esperar.
Aquela mensagem inibida que fez o coração ficar pequenininho.
Aquela velha piada sobre as condições da maior idade penal.
Aquela bebedeira de sempre e as boas e gostosas gargalhadas.
Mas, como eu ia dizendo anteriormente, não costumo gostar de aniversários. Não gosto de sentir o tempo passando e ver que há tanta coisa ainda para se fazer. Essa pressa, esse anseio, esse desejo e esse meu ritmo, me assutam. Hoje, invadindo o clube e pulando na piscina. Amanhã, atravessando a rua e mudando o mundo. Ou, pelo menos, o meu mundo. O que já é um bom começo, convenhamos.
Sou feliz hoje e agora. Não consigo pensar nem tampouco me preocupar com o futuro. Só sei viver uma coisa de cada vez e amar tudo, ao mesmo tempo.
E, a propósito, naquela hora em que cantavam parabéns, fechei os olhos e assoprei a vela desejando intensamente que aquele momento não acabasse nunca.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Na dúvida, não durma.

Estava eu no quarto, em mais uma daquelas noites de insônia braba, querendo por tudo no mundo que alguém ficasse acordado só mais um pouco pra jogar conversa fora, quando ligo a televisão e me deparo com aquilo.
Um minuto de silêncio.
Gente, nunca me diverti tanto. No sério. Aquela coisa tosca, beirando ao ridículo, me renderam umas 2 hoas de gargalhadas intermináveis, e até agora me pergunto como pude viver 18 anos da minha vida sem assistir ao Fantasia nas minhas madrugadas!

- Helen: E vamos ver se tem mais alguém na linha, ao vivo, animadíssimo pra brincar aqui com a gente! [3 horas da madrugada, detalhe ¬¬]
- Helen: Alôooooooôu!
- Pessoa: EU SOU FÃÃÃ DO SBT! [berra]
- Helen: Aeee, já ganhou 100 reais! E com quem eu falo?
- Pessoa: EU SOOOOU FÃÃÃà DO SBTTTTTTTTTT! [Você não vai ficar ganhando 100 reais por cada vez que repetir essa frase berrando, ô imbecil ¬¬]
- Helen: Ok, você já garantiu seus 100 reais, agora como é seu nome e de onde você fala?
- Pessoa:Ah, é Enyr de Florianópolis!
- Helen: Ae, Florianóplois, Santa Catarina! [Alguém sopra no ponto]Seja bem-vinda, Enyr!
- Pessoa: Ô Helen, você é linda, as meninas são todas lindas, o Caco é um gato gostoso, lindo e maravilhoso! [um batorezinha de um metro e meio que fica gritando 'E eu sou seu fã', cada vez que um abestado liga ¬¬] Vocês animam minhas noites, fico acordada sempre até tarde, esperando a hora desse programa, que é sem dúvida nenhuma,o melhor programa da televisão brasileira! Eu amo o sbt, eu amo vocês! [Isso, rasga seeeeedaaa, diabo!]
- Helen [sorriso totalmente forçado]: Ok, ok, Enyr, obrigada pelo seu carinho! Assista sempre nosso programa até o finalzinho, viu? [É, e ninguém precisa trabalhar ou estudar no outro dia, né. Por isso que esse país não vai pra frente, meu pai...]
- Pessoa [ok, Enyr, com quase 5 minutos de atraso no áudio da tv]: Eu assisto sempre, é muito bom! AEEEE, tá todo mundo aqui em casa te mandando um beijo! Meu pai, minha mãe, meus irmãos, meus primos, minha tia do interior, a vovó que acabou de acordar com o barulho, o cachorro o gato o papagaio... [ÊÊÊ bando de desocupados!] manda um beijo pro meu namorado que tá em casa te assistindo essa hora também, manda! [Momento 'xou da xuxa'. Santa inocência dela pensar que ele tá realmente em casa, em frente a tv, vendo um programa ridículo numa madrugada dessas, ho ho ho.]
- Helen: Um beijão pra todo mundo aí, e agora vamos ganhar mil reais!
- Enyr: Vamos sim! [Família estérica gritava ao fundo, o cachorro latia, o gato miava e a véa dizia...]
- Helen: O dado vai rolar naquele tobogã e não pode sair caveira senão você perde tudo, ouviu Enyr?
- Enyr: ÊRA, ÊRA, ÊRA, NÃO VAI SAIR CAVEIRA! [No auge de sua super composição musical]
- Helen: Vamos lá, joga o dado Talitinha! [Talitinha rir e faz gestos positivos para a câmera, aproveitando seus 5 minutos de fama] AEEE, 100 reaaaais, Enyr!
- Enyr: AEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!
- Helen: Vai parar ou continuar, Enyr?
- Enyr: Continuar! ÊRA ÊRA ÊRA, NÃO VAI SAIR CAVEIRA!
- Helen: Aeeeee, 200 reais!
[E ela continua...]
- Helen: Aeeee, 300 reais!
- Helen: Aeeee, 400 reais!
- Helen: Aeee, 500 reais!
[Ô bixa sortuda da porra, rapaz...]
- Enyr: AEEEEEEEEEEEEE, ÊRA ÊRA ÊRA, NÃO VAI SAIR CAVEIRA!
- Helen: Vai tentar os 600, Enyr?
- Enyr: VOU SIM, E VOU GANHAR!
- Helen: Joga o dado Talitinha!
[Momento de tensão]
- Enyr[ainda super animada]: ÊRA ÊRA ÊRA, NÃO VAI SAIR...
- Helen: CAVEIRA, ENYR! Que peninha...
[Silêncio profundo do outro lado da linha]
[Nem o cachorro latia mais, nem o gato miava, nem a véa gemia, ops.]
[Eu grito sozinha 'que otááááriaaaaaaa!' e passo duas horas rindo descontroladamente]
- Helen: Oh, mas não fica triste não que você pode ligar outras vezes pro nosso programa! E você ainda vai saindo com 100 reais! Um grande beijo, Enyr![Isso era pra consolar a coitada?]
- Enyr: Ok, tchau.
[Taquipariu, 100 reais vai pagar mal o interurbano!]

E eu me contorcia de rir no colchão, a essa altura.

É muita falta de ter com o que gastar, mermao.
Trocentas mulheres de biquinis bordados com paetês sendo pagas pra rebolar com músicas do Gerasamba ou do Netinho e dois apresentadores completamente bocós dando dinheiro pra pessoas mais bocós ainda que ficam acordadas de madrugada pra acertar no jogo da velha, adivinhar o ingrediente da salada, gritar 'pára a bola', decorar o nome das dançarinas ou, cruzar os dedos bem forte e rezar pra que não saia a maldita caveira.
O pessoal do Pânico tem toda razão. 'Quanta azia' no ar, minha gente!
Mas na dúvida, fique acordado e confira a bizarrice de perto.

Ah, sim

Blog novo!

Enfeiar, digo, enfeitar a cidade para o natal

O que você acha que são aquelas ornamentações de natal na avenida Frei Serafim?

a) Bagulhos que algum pedestre descuidado esqueceu ao lado dos bancos.
b) Banheiros químicos modernos para os passantes.
c) Caixões de propaganda de alguma funerária.
d) Não sou égua de parar pra pensar nisso.
e) Nenhuma das opções anteriores.

Façam suas apostas!
Ô Sr prefeito, se a intenção era enfeiar a cidade com esse 'natal reciclado', destruindo o que ainda havia de belo no natal, parabéns, deu certo. Porque até minha vó faz arte com garrafa pet mais bonita que aquilo ali, oh...