segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

E eu ainda rôo, rôo, rôo, rôo...

É.
18 anos e não tenho unhas.
Se me perguntarem ao sério qual é o lance com as unhas, eu responderia claro e diretamente: Só quero pintá-las com o esmalte cereja.
Em geral, nunca gostei de aniversário. Desde as festinhas enfeitadas de verde e vermelho, e papais noeis de lembrancinha pra criançada. Aquilo tudo mais me constrangia do que animava. Vestir roupa nova dada pela avó e comer docinho até dizer chega. E a verdade é que, muitos anos depois, a realidade é exatamente a mesma. A diferença é que, ao longo do tempo aprendi que não precisa data exata pra se sentir feliz entre os amigos. Aniversário é só mais uma data no calendário, qualé, não precisava tanta demonstração de carinho que até me deixaram sem jeito. Tanta atenção. Tanta importância. Caralho, eu tenho os melhores amigos do mundo. Poucos, porque enfim, preciso escolhê-los a dedo.
Foi tudo tão lindo. Até esqueci a sensação nostálgica que essa data sempre me trazia. Tive, sem dúvida alguma, o melhor aniversário da minha vida. [E espero sim repetir essa frase em todos os outros anos] Do parabéns desejado no microfone em pleno show da minha banda preferida na praça à surpresa no apartamento. Balões roxos, faixa, bolo, chapeuzinho, buzina, amigos da faculdade, velhos [porém sempre bons] amigos, presentes, música, champanhe, brinde, discurso. Tudo tão bem pensado e planejado pra comemorar mais uns rápidos 365 dias cansados de minha existência.
O sonho de pular naquela piscina que vejo da minha janela foi realizado. E sei que ainda restam muitos outros.
Reconciliações. Desajadas e importantes reconciliações.
Aquela presença importante, quase desistida de esperar.
Aquela mensagem inibida que fez o coração ficar pequenininho.
Aquela velha piada sobre as condições da maior idade penal.
Aquela bebedeira de sempre e as boas e gostosas gargalhadas.
Mas, como eu ia dizendo anteriormente, não costumo gostar de aniversários. Não gosto de sentir o tempo passando e ver que há tanta coisa ainda para se fazer. Essa pressa, esse anseio, esse desejo e esse meu ritmo, me assutam. Hoje, invadindo o clube e pulando na piscina. Amanhã, atravessando a rua e mudando o mundo. Ou, pelo menos, o meu mundo. O que já é um bom começo, convenhamos.
Sou feliz hoje e agora. Não consigo pensar nem tampouco me preocupar com o futuro. Só sei viver uma coisa de cada vez e amar tudo, ao mesmo tempo.
E, a propósito, naquela hora em que cantavam parabéns, fechei os olhos e assoprei a vela desejando intensamente que aquele momento não acabasse nunca.

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